Título da redação:

Dignidade ferida

Tema de redação: Trotes universitários

Redação enviada em 13/06/2015

Todo inicio de ano, assim que são divulgadas as listas de aprovados das universidades brasileiras, em algum ponto as comemorações e festividades dão lugar às preocupações. O principal motivo disso são os trotes. Disfarçados de brincadeira e na maioria das vezes feito com consentimento (mesmo que coagido) torna-se complicado definir uma separação entre o violento e o inofensivo. Porem, independente das agressões físicas ou imposição da ingestão de bebidas alcoólicas e uso de substancias alucinógenas, os trotes são sempre corrosivos à dignidade humana dos que o sofrem. Tradição muito forte no Brasil, os trotes são "brincadeiras" que veteranos fazem com calouros nas universidades. Indo de coisas simples como banhos de tinta e pedir esmolas na rua até pesadas humilhações, a iniciação caloura diversas vezes sai completamente do controle; sendo muito comum todo ano alguns trotes acabarem em pesados ataques físicos, estupros ou ainda assassinatos. Apesar de não existir na legislação brasileira nenhuma lei que trate especificamente dos trotes universitários, as atividades decorrentes dessa iniciação são enquadráveis em diversas situações puníveis segundo a Constituição do país. Tais como lesão corporal, injúria, ameaças e constrangimento moral. E por este motivo deveria ser melhor controlado. No centro do problema estão as próprias universidades: algumas ainda não proíbem a realização de trotes em seus estabelecimentos e aquelas que proíbem não fiscalizam esses acontecimentos rigorosa e apropriadamente. E é dever destas denunciar quaisquer suspeitas de que essas atividades estejam ocorrendo fora de suas propriedades. Vale também lembrar que devido à natureza criminal dos trotes, os alunos podem se recusar a participar dele. Caso não seja-lhes concedida essa opção, denuncias à polícia se mostram uma solução competente.