Título da redação:

Como promover a inclusão social de ex-presidiários no Brasil

Tema de redação: Trotes universitários

Redação enviada em 12/05/2018

Na mitologia grega, Atlas foi condenado por Zeus a segurar o céu, eternamente, em seus ombros. Hodiernamente, esse mito assemelha-se á luta diária dos ex-presidiários que buscam a inclusão social. Esse desafio ocorre não somente pela negligência governamental, mas também pelo preconceito da sociedade. Em primeira análise, vale ressaltar que a insuficiência do sistema prisional brasileiro é um dos principais empasses que prejudicam a reinserção do individuo em sociedade, um vez que esse não cumpre seu principal objetivo: A educação do condenado. O abandono, a falta de investimentos, e o descaso do Poder Público vieram por agravar ainda mais o caos vivenciados nas cadeias. Sendo assim, a prisão que outrora surgiu como instrumento substituto da pena de morte e outras torturas, atualmente não consegue efetivar o fim correcional da pena, passando a se tornar uma escola de aperfeiçoamento do crime, além de ter como característica uma ambiente decadente e pretensioso, acometido dos mais degenerados vícios, sendo impossível a ressocialização de qualquer ser humano. Ademais, a opressão simbólica da qual trata o sociólogo Pierre Bordieu, consiste em que a violação dos Direitos Humanos não reside somente no embate físico, o desrespeito está sobretudo na perpetuação de preconceitos que atentem contra a dignidade da pessoa ou grupo social. Sendo assim, os indivíduos ao concluírem suas sentenças enfrentam desafios para se reintegrar na sociedade visto que carregam o estigma de ''ex-presidiários'' o que gera dificuldades para se estabelecer em um emprego. Com efeito disso, segundo dados da Gazeta 40% dos presos voltam á vida do crime. Percebe-se então certa urgência na adoção de critérios que trabalhem esse problema e seus efeitos. De acordo com Emile Durkeim, a sociedade pode ser comparada a um ''organismo vivo'' por ser, assim como esse, composta por partes que interagem entre si para assegurar seu funcionamento pleno. Desse modo, o Estado deve investir na infraestrutura e extensão de presídios a fim de diminuir as mazelas carcerárias, possibilitando um ambiente digno. Além disso, o Ministério da Educação deve criar cursos profissionalizantes para os presidiários, com o intuito de que ao final da pena os detentos possam se inserir no mercado de trabalho evitando a reincidência ao crime. As mídias, por sua vez, podem divulgar campanhas com o objetivo de desconstruir preconceitos, promovendo uma consciência inclusiva. Somente assim, a realidade dos ex-presidiários pode se distanciar do semblante ''portadores'' como no mito grego. Criando assim, uma sociedade mais justa e com menos criminalidade.