Título da redação:

Boas-vindas violentas

Tema de redação: Trotes universitários

Redação enviada em 02/07/2015

Muitas pessoas por todo o país estudam arduamente durante muito tempo, fazem cursinhos, se preparam de diversas maneiras para vestibulares e quando são aprovadas, conseguindo entrar na universidade, ainda precisam passar por outro tipo de teste: o trote. Fazem parte do ritual do trote humilhações, agressões físicas, consumo de bebidas alcoólicas, juramentos nos quais os calouros afirmam que são “burros” e juram obediência aos veteranos além de que em alguns casos pode ocorrer até violência sexual. Um misto de violência, desrespeito e racismo que provocam nos estudantes traumas muitas vezes insuperáveis. No início de 2015, em São Paulo, um jovem morreu ao participar de um trote na USP (Universidade de São Paulo), no qual ingeriu bebida alcoólica em excesso e outros jovens que também participavam foram internados em coma alcoólico. Diante de casos de grande repercussão como esse, a reitoria da universidade proibiu a realização de trotes dentro de suas dependências e os responsáveis foram identificados e punidos. No entanto, quando os casos não são noticiados na mídia, as vítimas são aconselhadas e até ameaçadas a ficarem caladas. Estes casos na maioria das vezes ficam ocultos porque os estudantes por medo de represálias permanecem em silêncio e resolvem descontar nos calouros que entrarão no próximo período, dando continuidade assim ao círculo vicioso da violência. A entrada na universidade que deveria ser motivo de alegria e realização pessoal, está ao longo dos anos se transformando em uma experiência traumática. Portanto, para reverter essa situação, cabe às autoridades competentes; reitores, ministro da educação, deputados e senadores a criação de leis que punam severamente quem comete esse tipo de crime, além de impedir pessoas reincidentes nesse delito a frequentar qualquer universidade em território brasileiro. O governo deveria criar também um projeto de acompanhamento psicológico às vítimas de trotes violentos tentando diminuir desse modo o trauma e a raiva dessas pessoas e com isso rompendo esse círculo vicioso que tanto prejudica nossos universitários.