O grande sonho da aprovação no vestibular, para muitos jovens, é acompanhado de grande expectativa acerca da vida acadêmica. Porém, esse encanto se torna desestimulante com o temido trote universitário, que não passa de um circo de horrores em que o palhaço é o calouro. Há tempos o trote deixou de transmitir companheirismo e interação entre veteranos e calouros, o qual foi deturpado e hoje transformou-se em uma demonstração de poder, intimidação, abuso ( físico, psicológico, sexual) e preconceito no meio acadêmico. Devido esse caráter aparentemente receptivo, órgãos judiciais e a própria instituição onde ocorrem os atos tratam o trote de forma passiva, gerando impunidade e abertura para proliferação de abusos e violência. Os estudantes não representam apenas o mercado de trabalho, visto que estes serão os cidadãos do futuro.O ensino superior vai além do conhecimento sistemático, germina o conhecimento de mundo e a responsabilidade para com a sociedade.Em contrapartida, o trote contamina a ideia em como se relacionar com o meio e distorce respeito em submissão e concessão em abuso. Não é coerente que um momento de alegria seja palco para chacotas e humilhações, para amenizar a situação é necessário por parte do Estado aplicar efetivamente as leis que proíbem a realização do trote e concomitantemente punir devidamente os envolvidos, de forma a conter novos casos. Às instituições, cabem realizar medidas socioeducativas através de palestras e campanhas que visem o trote solidário, o qual pode propor atividades voltadas para a melhoria da comunidade (caridade ou serviços comunitários). Atividades do gênero permitem aproximação do estudante com o meio social, as quais proporcionam captar a influência da solidariedade e da compassividade como pilares da interação saudável entre indivíduos,e assim criar uma visão inovadora que combata o vírus proliferante chamado trote.