Título da redação:

A violência cíclica dos trotes

Tema de redação: Trotes universitários

Redação enviada em 13/03/2016

O ingresso na universidade representa o gratificante início de uma nova etapa de aprendizado na vida de um indivíduo. Porém, em meio à felicidade da aprovação, há um medo: o trote. Tal atividade, ao ser efetuada de maneira agressiva, gera o problema cíclico da violência psicológica e física que recai sobre os calouros. Embora a universidade seja considerada por muitos como a personificação da razão e do conhecimento, a violência, de maneira paradoxal, prevalece no cenário quando o assunto se trata dos trotes universitários. Entender o por que dessa persistente atividade transgressora dos direitos humanos é fundamental para a resolução do problema. De maneira geral, a impunidade dos agressores faz com que os calouros busquem a vingança ao invés da justiça e, assim, os trotes se repetem nos anos seguintes, o que gera um ciclo contínuo de violência. Portanto, é possível apontar a negligência das universidades e das autoridades como um motivo para a ocorrência de trotes violentos. Discutir as agressões as quais os universitários novatos são submetidos também é importante para compreender a gravidade da situação em questão. Nota-se que os trotes universitários representam uma metonímia de graves problemas já existentes na sociedade, como o assédio, o preconceito e a violência física. Essas adversidades podem gerar o constrangimento, a humilhação e em casos mais graves, até mesmo a morte de alunos durante o trote, como o ocorrido na faculdade de medicina da USP, onde um estudante morreu afogado após uma festa com veteranos.Logo, é possível concluir a urgente necessidade de uma intervenção em frente a magnitude do problema. Para amenizar a questão da violência nos trotes, as universidades poderiam programar canais de denuncia anônima e, em parceria com a mídia, divulgá-los no período de seleção estudantil. Dessa forma, aplicar punições aos agressores durante o trote se torna uma tarefa mais fácil. Além disso, os grêmios estudantis poderiam organizar os chamados trotes solidários, ou seja, programar uma enturmação dos alunos em meio a atividades voluntárias. Assim, seria possível evitar a violência e ainda prestar serviços que visam o bem social.