Trote, considerado por alguns como um ritual de passagem de uma nova etapa da vida escolar, é na verdade uma espécie de vingança por parte dos veteranos por ter passado por isso ao ingressar na faculdade ou ainda, pode estar ligado a um distúrbio de caráter psicológico. De qualquer forma, é um problema social enraizado no mundo das universidades e deve ser combatido. Uma triste tradição, que regada por bebidas alcoólicas e muitas drogas, forma uma combinação perigosa aonde veteranos, com frequência, produzem atos de transgressão sérios, pois consideram esses movimentos um direito. Alguns, movidos por um sentimento de manada, ao ver todos seus colegas torturando e humilhando reagem da mesma forma. E, outros são tão perversos pois, sabendo da impunidade, praticam atos sadomasoquista, racistas como o ocorrido no trote de direito da UFMG que gerou muita polêmica: uma caloura foi pintada de preto e acorrentada nos pulsos. Todo ano, a mídia choca a população ao relatar esses casos violentos. Muitos pais chegam a temer a ida de seus, amados, filhos às primeiras semanas de aula pois, eles podem voltar para seus lares traumatizados, com lesões corporais ou até mesmo mortos como aconteceu com o jovem Edison Tsung Chih Hsueh, calouro do curso da melhor escola de Medicina do Brasil, que morreu afogado na piscina da Associação Atlética da Faculdade de Medicina da USP. Infelizmente, muitos futurosos profissionais desistem de seus sonhos após denunciar a humilhação e os maus tratos que sofreram e em seguida ser coagido por seus agressores. Portanto, a sociedade não deve aceitar que isso se perpetue pois, além de ferir os direitos humanos, esta não deve ser a atitude dos nossos futuros profissionais. E para isso, é necessário que os autores de tais barbáries sejam severamente punidos, pois somente com a certeza da punição será coibido tal ritual. A mídia deve não apenas divulgar os casos chocantes, mas também cobrar e divulgar o desfecho e a sansão aos culpados. As faculdades devem trabalhar de forma conscientizada com seus alunos e sugerir uma nova forma de dar boas vindas aos calouros, trocando o trote violento e humilhante por uma ação caridosa e humanitária.