Título da redação:

Pesquisas científicas e o especismo

Tema de redação: Testes em animais: até que ponto o avanço da ciência interfere no direito à vida dos animais?

Redação enviada em 10/08/2015

A utilização de animais em pesquisas científicas divide a opinião da sociedade porque, embora os testes sejam avaliados por comitês de ética, são noticiadas situações em que a negligência e o descaso geram o sofrimento e a morte de animais. Atualmente, surgem alternativas aos testes tradicionais, que devem ser desenvolvidas e ampliadas para minimização da exploração dos animais não humanos. A maior parte das pesquisas científicas em discussão é realizada para fins humanos, porém são os animais de outras espécies e de organismos diferentes que são utilizados como cobaias para experimentações, tornando-se uma contradição que pode gerar resultados não satisfatórios e colocando em risco a saúde e a vida desses animais. A partir dessa observação, conclui-se que a vida não humana não é considerada importante e que é justificável a sua exploração, tal fato assemelha-se a escravidão humana na antiguidade. São inegáveis os benefícios que a ciência aliada à tecnologia oferece para a sociedade, contudo a utilização dos animais não humanos para beneficio único da sociedade humana deve ser repensada, tendo vista que neurocientistas sugerem que esses animais têm consciência e sentem dor. Os testes realizados com animais para fins supérfluos, como a criação de cosméticos, devem ser totalmente abolidos, enquanto os para fins imprescindíveis a saúde humana devem ser levados a discussão com o intuito de estimular o investimento em métodos alternativos. O uso indevido de animais em testes, portanto, é um especismo que deve ser combatido. O filósofo Peter Singer, baseado nos seus estudos sobre a causa animal, afirma que “a libertação animal também é uma libertação humana”, a partir desse princípio a sociedade humana deve investir em testes científicos alternativos aos realizados com animais, como a utilização de modelos matemáticos computacionais e técnicas in-vitro com tecidos humanos. Em casos em que não há alternativa a curto prazo para experimentações científicas devem haver fiscalizações e punições rigorosas com o propósito de preservação à vida e a saúde animal.