Título da redação:

Necessidade ou hábito?

Tema de redação: Testes em animais: até que ponto o avanço da ciência interfere no direito à vida dos animais?

Redação enviada em 29/06/2015

O homem como animal racional é o único capaz de manipular o mundo a seu redor a fim de obter melhores condições de vida. Nisso incluem-se vacinas, remédios e outros produtos que podem garantir maior expectativa e qualidade de vida. Entretanto, muitos animais são submetidos a sofrimentos e brutalidades para esse fim. Faz-se necessário, desse modo, analisar até que ponto se pode interferir na vida alheia em prol do avanço da medicina. Em primeiro lugar, é inegável a necessidade de uso de animais em testes científicos para previamente detectar resultados potencialmente perigosos aos humanos. No entanto, a situação foge dos limites à medida que a escassa fiscalização e a ineficiência das leis acabam permitindo o relaxamento dos pesquisadores, que fazem procedimentos desnecessários e extremamente invasivos. É o caso, por exemplo, de testes para fins cosméticos, nos quais os animais são brutalmente maltratados apenas para medir a ação nociva dos ingredientes químicos, o que poderia ser feito com pele artificial humana, a qual, inclusive, garantiria melhores resultados. É importante considerar, também, que há quem defenda que não é necessário utilizar animais em testes. O médico Albert Sabin, desenvolvedor da vacina para a poliomielite, reconheceu que o fato de haver realizado pesquisas em macacos Rhesus atrasou em mais de 10 anos a descoberta da mesma. Além disso, outros grandes avanços científicos ocorreram sem o uso de animais, como a descoberta da relação entre colesterol e doenças cardíacas, o isolamento do vírus da AIDS, bem como de seus mecanismos de transmissão. Todas realizadas em pleno século 20 provam que hoje, com recursos computacionais, vídeos e células criadas "in vitro", é possível reduzir significativamente o número de testes em animais. Torna-se evidente, portanto, a necessidade de estabelecer medidas concretas para limitar a prática, mantida, muitas vezes, por hábito. Sendo assim, o governo deve intensificar a lei, punindo efetivamente os laboratórios que realizarem testes desnecessários; para isso, deve-se criar Comissões de Ética formadas não só por especialistas das áreas, mas também por defensores dos direitos dos animais, os quais poderão ser responsáveis por apontar as alternativas. Por fim, a sociedade, com o apoio de ONGs, deve contribuir cobrando pelas fiscalizações e exigindo que empresas indiquem em seus produtos se utilizam animais em testes. Apenas assim será possível garantir o bem-estar de todos que vivem neste planeta.