Segundo o filósofo Karl Marx, o ser humano se desvaloriza em proporção direta com a valorização dos ideias capitalistas. Inserida em tal perspectiva, a terceirização favorece a competitividade econômica entre as grandes empresas em detrimento da sanidade mental e da segurança laboral no que concerne aos direitos do trabalhador. Não é difícil compreender os porquês do prejuízo psíquico supracitado, pois, é notavelmente angustiante para um funcionário de qualquer setor produtivo e seus familiares um serviço baseado na produtividade individualizada. De acordo com o artigo publicado na Revista de Psicologia: Organizações e Trabalho, os trabalhadores terceirizados sofrem com um alto índice de estresse devido, entre outros fatores, a falta de oportunidades de crescimento profissional, a baixa previsibilidade e ao pouco suporte entre os colegas. Além dessa sensação de insegurança, existem questões objetivas tanto relacionadas a como funciona o trabalho quanto a termos jurídicos relativos aos direitos trabalhistas. Conforme o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, nas dez maiores operações contra o trabalho escravo, realizadas entre 2010 e 2013, 84,3% dos trabalhadores estavam subcontratados em regime de terceirização. Ademais, a minimização da burocracia – tão comemorada pelos contratantes – não atua também em favor dos empregados quando estes precisam recorrer a justiça. Pois, não raramente, são as barreiras burocráticas que envolvem diversos empregadores, as quais comprometem o rápido acesso aos direitos pertencentes aos cidadãos economicamente ativos. Portanto, a fim de atender aos interesses do maior número possível de cidadãos brasileiros, o Congresso Nacional deve incluir representantes de vários sindicatos trabalhistas no debate relativo a reforma dos setores de trabalho. Além disso, os cidadãos podem contactar os políticos, por meio de e-mails ou telefones disponibilizados por esses funcionários públicos, a fim de cobrar um debate profundo sobre a questão. Por fim, os educadores da área de humanas e matemática podem incluir na programação anual aulas sobre o funcionamento econômico adequado e suas variáveis para se estabelecer condições de trabalho dignas.