Título da redação:

Tatuagem: arte ou vandalismo corporal?

Tema de redação: Tatuagem: modismo ou formação de identidade

Redação enviada em 10/04/2016

Registros arqueológicos relatam que a tatuagem está presente na sociedade desde a Pré-História, porém o seu significado sofreu grandes transformações ao longo do tempo. No período faraônico, as pinturas eram símbolos de distinção social, nas tribos indígenas eram feitas para representar rituais e elementos da natureza e atualmente muitos grupos veem como uma identidade cultural. Nesse contexto, é preciso admitir a marginalização e o preconceito relacionados a essa arte corporal se tornou uma visão obsoleta diante à liberdade e diversidade dos indivíduos. Em primeiro plano, deve-se notar que a sociedade brasileira contemporânea ainda se encontra vinculada a ideais conservadores, portanto muitas pessoas persistem em rejeitar a tatuagem como um instrumento de manifestação ideológica, social ou artística. Esse conservadorismo se mostra presente em algumas profissões cujos processos de seleção para vagas de emprego excluem aqueles que possuírem qualquer registro no corpo. Essa rejeição tem raízes históricas, pois a tatuagem se difundiu, primeiramente, nos grupos sociais com baixa condição financeira e desde então essas pinturas passaram a ser associadas a um comportamento de rebeldia e vandalismo. A mídia foi um importante agente na popularização das tatuagens, tanto que atualmente têm se tornado um vício principalmente na novas gerações. Motivações íntimas passaram a ser um dos principais propósitos para a realização de registros corporais, as mulheres passaram a ver na tatuagem uma possibilidade de se tornarem mais atraentes e os homens como uma afirmação de seu gênero. Porém, isso não abrange toda a sociedade, muitos lutam para que o tom contestatório atribuído a essas pinturas ultrapasse os velhos paradigmas sociais tornando-se um símbolo de personalidade e identificação. Torna-se evidente, portanto, que a tatuagem deixou de ser um item exclusivo da cultura jovem para tornar-se uma via de expressão da subjetividade de todos. Para que a questão da marginalização desses grupos seja atenuada é necessário um longo processo de reconstrução cultural dos indivíduos, feito principalmente pelo sistema educacional que através da realização de aulas de ética e moral ensinem os futuros formadores da sociedade a respeitarem a diversidade ideológica do meio e a atribuírem verdadeiros propósitos a suas ações.