As pessoas com o corpo desenhado se multiplicaram. Ao andar na rua, veem-se centenas de biografias ambulantes, que demarcam uma história. A antropologia da tatuagem é complexa e vem crescendo na sociedade contemporânea. Essa arte se iniciou há aproximadamente 3500 anos, o que mostra que não é algo novo. Essa marca particular que desenha o ser humano traz uma dúvida: é a formação de uma identidade ou apenas modismo? Pode-se apresentar a tese do fator distintivo que a tatuagem faz surgir naqueles que a possuem. Desde a Idade da Pedra, o homem vem se mobilizando cada vez mais para entrar em um círculo de pessoas específico e pertencer a uma sociedade diferente. A partir do momento em que alguns grupos de pessoas utilizam as tatuagens para demarcar fases da vida ou a diferenciação de uns para outros, a busca pela exclusividade se torna presente no cotidiano mundial. A formação de uma identidade especial e única faz com que a tatuagem se destaque mais ainda. Entretanto, uma boa parcela da população considera a tatuagem um hábito passageiro e sinônimo de modismo. É fato. Muitas pessoas fazem suas tatuagens sem significado importante, mas sim apenas pela estética do desenho. Apesar disso, continua sendo uma identidade em formação, um costume que exclui os tatuados da normalidade e os coloca num lugar especial. É uma nova maneira de encarar o corpo, com marcas de seu próprio gosto, estilo musical e de vida. Em suma, pode-se afirmar que andar com a pele mostrando o que fica escondido debaixo de roupas compridas, é mostrar ao público uma galeria de arte em exposição. Um museu de lembretes, histórias e beleza. A tatuagem, apesar de ainda ser mal vista por muitas pessoas, é uma febre que contagiou praticamente o globo por completo, fazendo dos desconhecidos das ruas, pessoas que abriram a possibilidade para os outros, de as conhecerem sem trocarem palavras, mas sim, através da arte.