Título da redação:

Ser tatuado ou não ser, eis a questão.

Tema de redação: Tatuagem: modismo ou formação de identidade

Redação enviada em 11/04/2016

O corpo é o cartão de visita de uma pessoa, suas ações e apresentação ditam em primeira face como a pessoa é compreendida pelo senso comum. A tatuagem, que para muitos é uma manifestação de arte e significados pessoais, é tratada com desprezo por outros. Mas quando se diz respeito ao real significado da ânsia do ato de se tatuar, cabe questionar se é por manifestação social, o modismo, ou por anseio pessoal, a identidade. Deparando-se com as duas motivações, que levam alguém a eternizar imagens em seus corpos, compreendesse que uma não anula a outra, mas não necessariamente precisam-se para existir. Voltando um pouco a civilização, para o tempo das tribos, em que as marcas em seus corpos significavam a família, os feitos ou crença religiosa do individuo inserido nesse grupo social, a tatuagem não era um indicador de separação de ideologias, mas uma forma de controle e agrupamento. Contudo, poderiam não ser feitas por vontade de manifestar a identidade ou como forma de conforto com sua eternização. Dentre muitos anos de evolução, conhecimento e tecnologia, um ato que, antes era algo normal, se torna um divisor de aguas da sociedade, que não se resume a um pequeno vilarejo e poucos costumes, mas a um mundo de tradições e culturas diferentes que julgam ser a certa e evitam que a miscigenação englobe todas as áreas do conhecimento, como uma aglomeração de cultura. Há quem não aceite e quem ache necessária essa exteriorização do conceito pessoal de arte e dos valores de cada individuo. A tatuagem tornou-se um meio de comunicação, uma forma de dizer ao mundo o que nem sempre as palavras dizem. Contudo, assim como os dizeres, falados, a interpretação é pessoal e nem sempre há compreensão do que se é desejado passar. O ato de se tatuar eterniza imagens, histórias e motivações daqueles em quem são tatuados, a taxação de que são pessoas más ou de índole abaixo daqueles que não as possuem, vem da imagem dos marginalizados, que vivem em seus grupos sociais e que usam dessa marcação como maneira de se inserir e eternizar seus laços e juramentos. Contudo, não é de exclusividade dessa maça da população o ato de se dispor a externar seus juramentos, histórias e desejos. Portanto, quando alguém se julga melhor por ser diferente, ou faz com que seu meio social acredite que o diferente é ruim ou pior do que o seu próprio, está fazendo nada mais que perdendo a oportunidade de seguir o caminho da unidade como espécie e selecionando apenas o que satisfaz não o que é certo. Ninguém pode sentir qualquer tipo de repulsa apenas pela a aparência, só por ser mais fácil e separativo, mas buscar conhecer o outro para, ai sim dizer aonde esse se insere ou não. À sociedade, cabe pensar, se tatuar ou não? Apenas pode-se responder quem o desejar fazer. Somente a ele cabe se conhecer e dispor se eternizar.