Surgida com o intuito de demarcar tribos e clãs, o uso da tatuagem passou por diversas transformações no que tange à finalidade do seu uso. Difundida na sociedade moderna, inicialmente, por marinheiros, a tatuagem já circulou por diversos meios de diferentes classes sociais e étnicas. Hoje em dia, entretanto, o que se vive é um modismo, uma explosão no uso das tatuagens, que ora representa uma extensão da personalidade, ora representa uma espécie de acessório para deixar o corpo mais bonito. No Brasil, segundo um censo, 51% dos brasileiros são tatuados, sendo que a maioria é composta por mulheres. É importante destacar, também, que desses 51%, 14,8% têm ensino superior ou estão se formando, o que, consequentemente, tira a ideia de que o uso de tatuagem é restrito somente aos cidadãos com níveis educacionais mais baixos. Claro, há ainda um uso marginal, como, por exemplo, para identificar-se como membro de um determinado grupo criminoso. Nessa porcentagem supracitada de brasileiros adeptos ao uso de tatuagem, há, evidentemente, aqueles que fizeram o uso irresponsável, seja em função da idade, seja em função da arte que escolheram reproduzir. E é aí que mora o maior perigo, tendo em vista que, em função dos pigmentos que dão forma a tatuagem serem introduzidos na hipoderme, onde não há renovação celular, a aplicação torna-se praticamente permanente, pois, até o momento atual, a remoção é muito difícil e muito cara. Portanto, é necessária uma combinação de fatores para que o uso de tatuagem seja respeitado, assim como responsável. No âmbito familiar, educacional e profissional, por meio de conversas pessoais, palestras e reuniões, devem ser propagadas políticas e valores que visem a tolerância e o respeito a quem optou por ter uma arte estampada no corpo, bem como a formação de senso crítico aos que pretendem se tatuar. Já aos cidadãos que têm interesse em ter uma tatuagem, é necessária responsabilidade, a fim de fazer uma tatuagem que não dissemine o ódio ou faça apologia ao crime.