Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Tatuagem: modismo ou formação de identidade

Redação enviada em 20/09/2018

Intrínseco ao processo de organização das primeiras civilizações, a busca pela formação de identidade cultural se mostrou importante para a construção das diversidades sociais presentes no mundo. Entre os meios de procura para tal finalidade, se destaca a questão das pinturas corporais realizadas por vários grupos – como egípcios e indígenas – para demarcar tanto localidade quanto forma de pensamento. No cenário do mundo atual, por outro lado, discute-se a questão acerca do uso dessa arte ser movida não apenas por busca de identidade, mas também pela influência do meio. Diante disso, urge a necessidade de atentar-se a essa problemática. Em um primeiro momento, vale ressaltar a questão da marca identitária promovida pelas tatuagens. Nesse contexto, como bem defendido pela teoria da coerção social de Émile Durkheim, um dos precursores da sociologia moderna, o processo de desenvolvimento social de qualquer indivíduo é influenciado diretamente pelas pessoas que o cercam; o que resulta, por sua vez, na busca dele não apenas por expressar, mas também dispersar essas características. Assim, é possível observar que tatuagens mais comuns como as que representam nomes de pessoas emocionalmente ligadas ou frases que expressam ideários pessoais são alguns dos exemplos que resultam na transformação de uma marca adquirida na vivência para um traço fixado na própria pele a fim de fortificar tal elo. Por outro lado, quando Aristóteles definiu o homem como ser sociável evidenciou o acompanhar do cidadão a ideia de tatuar o próprio corpo, independente da faixa etária. A título de exemplo, tem-se dados estatísticos publicados pela revista Super Abril, os quais mostram que mais da metade dos brasileiros tatuados já possuem formação superior, o que comprova que essa prática não se limita a um grupo social específico – por exemplo, os jovens – como defende o senso comum. Desse modo, é possível perceber a importância dessa forma de expressão, individual e coletiva, na sociedade; porém, é preciso que aquele que a realize esteja convicto da ação a fim de que se evitem arrependimentos futuros. Torna-se, dessa maneira, necessário atentar par ao uso das tatuagens, seja como modismo, seja por formação de identidade, na sociedade brasileira. Posto isso, a fim de tornar essa prática mais consciente, cabe ao Ministério da Educação promover campanhas que conscientizem a população acerca de tatuar o próprio corpo, por meio de anúncios midiáticos que abordem questionamentos capazes de causar reflexão no cidadão sobre o que o motivou para a escolha de tal prática. Dessa forma, será possível efetivar a valorização do corpo do atuante com aquilo que, de fato, o faz ser quem ele é.