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Redação sem título.

Tema de redação: Tatuagem: modismo ou formação de identidade

Redação enviada em 28/05/2016

Marcar o corpo com tinta, atribuir um significado pessoal, fazer uma tatuagem. Hoje, é difícil não passar por um estúdio nas ruas ou não conhecer ninguém tatuado. Incorporada à população brasileira, mais especialmente em jovens, essa arte caiu no gosto de muita gente, embora cada uma tenha um diferente valor. No entanto, devido à conservadora mentalidade brasileira, que tende a não apreciar o que não entende, muitos tatuados são discriminados diariamente, sendo equivocadamente tratados como uma parcela exterior à sociedade. Historicamente, muitas civilizações antigas já possuíam tintas sob o corpo, empregadas em rituais importantes. Sob a mesma linha, Ana Paula Castela, professora cuja tese de doutorado analisa o papel da tatuagem na contemporaneidade, afirmou que ‘‘o homem do gelo do Neolítico tinha 57 tatuagens’’. Com a popularização, antes exclusiva para celebrações especiais, as tatuagens começaram a aparecer em artistas e atletas famosos, sendo comumente associadas à riqueza e poder. Assim, em conjunto com a demanda em expansão pelo serviço, teve-se bastante oferta, nunca sendo tão acessível obter uma marca de tinta pelo corpo, justamente o que incomoda o conservadorismo de alguns brasileiros. Da mesma forma que para o filósofo Jean-Jacques Rousseau a sociedade corrompe o indivíduo, o crescimento do número de tatuados, segundo o 1º Censo de Tatuagem do Brasil exerce influência sobre as pessoas, que ali enxergam a nova forma de autoafirmação e manifestação corporal, antes representada pela dança. Todavia, uma rápida pesquisa na internet revela diversas situações em que a tatuagem foi feita de maneira irresponsável, e que tais traços acompanharão o cidadão. É criado, portanto, o preconceito de pessoas tradicionais com aqueles que deliberadamente marcaram seu corpo, julgando-os inferiores, por meio de xingamentos e até mesmo recusas de empregos. Com base nessas perspectivas, entende-se que as transformações na manifestação de indivíduos não são acompanhadas pela mentalidade dos mesmos. Para reverter esse quadro, o governo deve criminalizar a discriminação com tatuados em qualquer âmbito, visto que a liberdade de expressão é direito de cada um. Os tatuadores devem ser proibidos de reproduzirem símbolos racistas ou sexistas, dentre outros que possam vir a perturbar a harmonia social. Ainda, a tatuagem não deve ser ignorada, mas debatida em sala de aula, conscientizando crianças dos riscos de saúde, para que possam tomar decisões de maneira mais sábia quando adultos. Sob essa lógica, gradualmente, a tatuagem não seria vista como exterior, mas como algo comum.