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Redação sem título.

Tema de redação: Tatuagem: modismo ou formação de identidade

Redação enviada em 27/08/2017

Segundo Santo Agostinho, “na essência, somos iguais; nas diferenças, nos respeitamos”. Transpondo essa máxima para a realidade social brasileira, nota-se o descumprimento desse postulado filosófico devido não só ao preconceito com os tatuados, mas também à visão limitada da tatuagem como somente um modismo juvenil. Logo, cumpre à sociedade analisar as causas desses entraves e trabalhar propostas visando à aceitação da tatuagem como modo de formação de identidade. De fato, os cidadãos tatuados brasileiros sofrem preconceito. De acordo com o Artigo Terceiro da Constituição, é objetivo da República evitar qualquer forma de discriminação. No entanto, o estereótipo do tatuado como um ser desprovido de dignidade e cidadania encontra-se difuso em nosso tecido social, evidenciado pela dificuldade desse grupo em conseguir emprego, sobretudo em cargos públicos. Assim, em virtude desse preconceito, esses cidadãos encontram obstáculos à formação identitária via embelezamento epitelial e, por conseguinte, à satisfação pessoal, apesar da ponderação de Kant que “é belo o que é reconhecido com objeto de uma satisfação necessária”. Agregada ao preconceito enraizado, ressalta-se a crença da tatuagem como apenas um modismo juvenil. Essa crença, introjetada no meio social, contribui com a desvalorização dos tatuados, visto que desenhar na derme se tornou uma tendência entre os jovens. Entretanto, não se deve repudiar essa tendência estética pois, como diz o filósofo Alexander Baumgarten, estética é um neologismo grego que representa sentimento. Com isso, restringir a tatuagem a um modismo e denegri-la qualitativamente significa ferir a liberdade do cidadão de exalar seus sentimentos e, consequentemente, seus direitos humanos. Fica evidente, portanto, que as considerações preconceituosas e modistas da sociedade acarretam um empecilho à tatuagem como formação identitária. Para reverter esse quadro, caberia às escolas, em parceria com o MEC, promover palestras acerca da importância do respeito ao tatuado, por meio de sociólogos, a fim de erradicar esse preconceito. Além disso, incumbiria à mídia televisiva, em ação conjunta com a CONAR, incluir atores tatuados nas telenovelas, com a contratação de novos profissionais, com o fito de demonstrar a participação desse grupo na sociedade e valorizá-lo. Desse modo, talvez atinjamos a proposição de Santo Agostinho.