A tatuagem, desde seu aparecimento na história, representa a identidade pessoal dos indivíduos. Porém, com a constante valorização da beleza no século XXI, os desenhos na pele vêm perdendo o seu real significado. Dessa forma, é necessário se ter consciência de que, assim como o lançamento de uma flecha, as consequências de uma tatuagem feita não podem ser totalmente reparadas. Desde a primeira aparição da tatuagem na história humana, até a contemporaneidade, o seu significado se manteve o mesmo: a representação da identidade pessoal. O registro mais antigo de sociedades que riscavam a pele vêm do Egito, cerca de 6000 anos atrás. Elas usavam-nas para representar características pessoais e sociais, tendo todos os desenhos um valor significativo. Hoje, não se é diferente, indivíduos de todo o mundo usam os mais variados desenhos para eternizarem nos corpos as suas histórias de vida. O significado real, portanto, das figuras e símbolos inseridos na pele ainda permanecem presentes na sociedade atual, o que está sendo distorcido pelo imediatismo da modernidade líquida, segundo Zygmunt Bauman. Em paralelo, com o advento das redes sociais, a aparência tornou-se uma ferramenta para a popularidade, o que transformou o significado milenar das tatuagens em modismo. Redes como o Facebook e Instagram valorizam a aparência pessoal, o que impulsiona os seus adeptos a recorrerem às diversas manipulações estéticas, sendo as tatuagens uma dessas. Assim, o uso de símbolos culturais, como os desenhos das tribos Maori, vão tornando-se representações imediatistas de status, perdendo, dessa maneira, o seu verdadeiro significado e generalizando aspectos únicos das culturas. Ademais, a inserção de tinta sob a derme deve ser algo muito bem pensado, pois a remoção é complicada, podendo trazer riscos à própria estética do tatuado. É imprescindível, destarte, que a população, para evitar o arrependimento fruto do modismo e a generalização cultural, reflita sobre a aplicação e o verdadeiro valor de se ter uma tatuagem. Dessa forma, a participação da escola é fundamental para informar os alunos acerca do uso de tatuagens e o seu significado histórico, para que, dessa maneira, desenvolvam o senso crítico acerca da inserção dessas. Em consonância, a mídia, através da televisão, do rádio e da internet, pode difundir as consequências da aplicação dos desenhos sob a pele e o processo difícil de remoção, para que todas as informações sobre esse ato difundam-se pela população, e dessa forma, ajude na decisão de tatuar-se. Só assim, pôde-se evitar que o modismo e a leviana decisão de fazer uma tatuagem afete culturas e indivíduos pelo mundo.