Criada há milhares de anos com objetivo de diferenciar grupos de pessoas, a tatuagem hoje assume, na maioria das vezes, valores estéticos. No entanto, pessoas com tatuagens têm sofrido certos preconceitos no âmbito profissional. É válido, então, analisar as causas desse tema polêmico. É indubitável que a comparação com criminosos e presidiários esteja entre as causas dessa visão intolerante. De acordo com Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, a falta de solidez nas relações políticas e econômicas é uma característica da “modernidade líquida” vivida no século XX. Seguindo esse pensamento, torna-se fácil compreender que a sociedade está em mudança a todo momento, ou seja, não há uma forma fixa. Logo, é preciso apagar definições antigas e construir novas. Outrossim, destaca-se o porquê do grande número de pessoas tatuadas na contemporaneidade. Segundo Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de pensar e agir, dotada de generalidade, coercitividade e exterioridade. Seguindo esse raciocínio, observa-se que a questão da tatuagem pode ser encaixada na teoria do sociólogo, uma vez que, se uma pessoa vive em uma sociedade com o costume de tatuar o corpo por questão de beleza, tende a adotar esse comportamento por conta da vivência em grupo. Assim, essa cultura é transmitida de geração a geração. Entende-se, portanto, que a problemática da tatuagem na contemporaneidade é fruto de preconceitos sociais e da não aceitação desse padrão de beleza, esse último como intenso fato social. A fim de atenuar o problema, a mídia pode produzir ficções engajadas, ou seja, novelas e filmes que abordem a temática da tatuagem, de forma a mobilizar a sociedade. Ademais, se as escolas ampliarem o foco do ensino para além de questões apenas de conteúdo e se preocuparem com a formação moral do cidadão, é possível imaginar um país mais consciente sobre a ampla reflexão do tema.