Expressar o que é belo remete a estética clássica, e relacionar as imagens produzidas pelos sentidos a esse período é característica ainda presente no ser humano, este que ao decorrer de sua história irá agregar mais sentidos e cores ao ideal de beleza, sobretudo, corporal. Foi assim na simetria do corpo dos gregos e hoje revelando-se nas tatuagens. Mais que uma marca no corpo elas simbolizam a ruptura do mundo de poucas cores, no entanto, esse modo de expressão tem ao mesmo tempo adeptos e contrários que reforçam a sociedade do pré-juízo. Em primeiro lugar, é necessário apontar a inquietude do ser humano quanto ao seu reflexo. De fato o primeiro contato de autoconhecimento deve ter acontecido ainda quando bebês, quem faz essa função fielmente são os espelhos, assim, trazendo com a evolução da razão os primeiros julgamentos a cerca do corpo, fazendo da beleza pre-moldada socialmente perder sentido, então surgindo a necessidade de somar algo a aquele “vazio”. Este preenchimento ocorre também de maneira mais objetiva em mulheres que perderam a mama, por exemplo. Além disso, é necessário analisar a sociedade impositora qual o homem vive. Isto é, a imposição de valores éticos e morais é presente em todos os estratos da sociedade, ou seja, há uma indução a muitos de que a as expressões corporais irá marginalizar o homem, traduzindo os conceitos defendidos ainda por parcelas da sociedade. Pode-se verificar, por exemplo, o esteriótipo de monstruosidade das tatuagens no filme “A fera” qual o personagem ao adquirir o sentido de feio é transformado em um homem com tatuagens, desse modo a releitura de “A bela e a fera” transforma um monstro de um castelo em um tatuado urbano. Fica claro, portanto, que os rótulos trazem prejuízos a quem tem a intenção de modelar seu corpo como julga melhor, fazendo ser importante uma quebra de estética clássica. Desse modo, cabe ao indivíduo aceitar as diferenças dos outros e passar a conviver melhor com o diferente rompendo com os preconceitos, neste caso a conscientização popular será o caminho a longo prazo para resolver esse impasse feita a partir de debates em mídias alternativas e em espaços físicos de grande convívio como faculdades, apenas assim as tatuagens passaram a ter reconhecidamente seu papel respeitado por todos.