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Redação sem título.

Tema de redação: Tatuagem: modismo ou formação de identidade

Redação enviada em 16/04/2016

A tatuagem é um dos instrumentos de modificação corporal mais conhecidos e utilizados no mundo todo, e suas origens datam de milhares de anos antes de Cristo. Assim, com a transformação constante das sociedades, seu significado também usufrui dessa mobilidade, tendo passado de instrumento de identificação tribal, registro de acontecimentos importantes, símbolo de distinção entre criminosos e pessoas de bem, até forma de arte. Contudo, atualmente, a maior parte desses significados coexiste e atua como fator tanto de modismo quanto de formação de identidade. A definição de modismo é frequentemente confundida com a de moda: esta diz respeito a padrões que se modificam lentamente ao longo do tempo, e aquela a algo de curta duração, que surge e desaparece sem muita explicação. No caso das tatuagens é perceptível, pela sua origem histórica, que se encaixam majoritariamente na categoria de moda, já que a evolução de seus significados se deu durante milhares de anos e acontece até hoje. Entretanto, é impossível não atribuir a prática de se tatuar também ao modismo que perpetua nas sociedades contemporâneas, disseminando, principalmente através da mídia, padrões que devem ser seguidos. Com isso, muitos marcam seus corpos com o intuito apenas de se encaixar em determinado padrão, ignorando até mesmo as consequências de uma tatuagem, como sua possível irreversibilidade e atuação como vetor de doenças. Contudo, mesmo enquanto instrumento de formação de identidade a marcação no corpo também tem algumas implicações. A principal delas está em associar pessoas tatuadas com certos estereótipos comportamentais e, em casos mais graves, com a criminalidade. No mercado de trabalho, por exemplo, busca-se certa homogeneidade física dos candidatos, ou seja, uma padronização de aparências, sendo a tatuagem nesse contexto um elemento transgressor. Assim, pessoas que se tatuam com objetivos adversos àqueles dos estereótipos sofrem com a medição de sua competência baseada em sua imagem. Dessa forma, a conscientização é fundamental para a existência de maior liberdade de expressão através do corpo e para o fim da estereotipização baseada em aparências. Para que ela aconteça, portanto, o MEC pode atuar em escolas através de palestras que eduquem os alunos sobre o conceito de tatuagem como um todo, expondo suas origens históricas, as consequências dessa marcação e a não relação entre o caráter de uma pessoa e essa prática. Ademais, o Governo Federal pode aumentar a abrangência dessa medida educativa ao permitir a veiculação de propagandas, sobretudo na TV, que abordem esses mesmos temas.