Ao verificar: "A exência dos direitos humanos é o direito a ter direito", a filósofa Hannah Arendt promove uma crítica sobre o exércicio de direito de cada cidadão, bem como os fundamentos de uma autonomia pessoal ou sociocultural. Nesse enfoque é possível analisar que, apesar da tatuagem estar presente como parte da cultura de muitos povos e fazer parte também na sua evolução histórica, a realidade atual é decepcionante, evidenciando um quadro de desrespeito a dignidade, ao subtrair a liberdade individual e o direito a livre escolha. A principio, é coerente destacar as tatuagens na cultura de alguns povos indígenas, a qual eram usadas como ritual de passagem, onde meninas se tornavam mulheres. Não obstante, avalia-se hoje muitos os grupos sociais existentes onde estes são identificados pelas tatuagens que usam. Muito embora, optar por fazer tatuagem seja uma escolha própria, seja por desejo individual ou por influência de grupo, é vista com forte preconceito e, consequentemente, degradando o direito de escolha. Ainda se faz relevante enfatizar: a identidade de um povo é transmitida de muitas formas, dependendo do grupo ou cultura onde vive. Nessa perspectiva, tatuagens carregam símbolos, história e significados, todavia, preconceito restringe essa diversidade, uma vez que, "fecha os olhos" para aquilo que pode ser algo vindo de uma identidade, perpetuando uma afronta a esse meio de cultura e, sobre tudo, violação dos direitos humanos. Concernente a essa grave realidade, urge, portanto, uma sólida participação do ministério da justiça no aprimoramento de estratégias para minimizar o preconceito contra aqueles que usam tatuagens. Ademais, compete ao governo federal, juntamente com a mídia, projetos voltados da cultura e respeito a diversas formas de identidade. Dessa forma, consoante a ideia de Aristóteles, esse problema social seria gradativamente diminuido.