Título da redação:

Livro Aberto

Tema de redação: Tatuagem: modismo ou formação de identidade

Redação enviada em 18/04/2016

Seja ela feita para determinar membros de tribos ou para exaltar crenças ou gostos, a tatuagem nada mais é do que o registro de nossos sonhos, conquistas e transformações estampadas permanentemente em nossa pele. Ao tatuar algo, deixamos explícito a qualquer pessoa, parte de nossa alma. Como tantas outras coisas, a arte de tatuar sofreu modificações ao longo dos anos. Já foi usada para marcar membros de determinados grupos religiosos, tribos indígenas até mesmo como forma de tributos. Contudo, dentre todos os períodos enfrentados pela tatuagem, o que mais marcou foram as chamadas tatuagens de cadeia, visto que era um costume mais comum entre criminosos em regime fechado. Tal pensamento se perpetua até hoje, dado ao senso comum que é muito usado entre sociedades de todo o globo e, mesmo que tal prática seja mais aceita e cada dia mais e mais pessoas se submetam às agulhas para registrar algo importante em sua pele, ainda existem pessoas que torcem o nariz ou recriminam alguém por ter tatuagens pelo corpo. Bem da verdade, se comparado a outras épocas, tabus e preconceitos que giravam em torno do corpo marcado estão cada vez menores. Hoje em dia é mais fácil se conseguir um emprego sem ser visto como um marginal, por exemplo. Ou também, e ai podemos citar também o fator da igualdade de gêneros, o aumento do número de mulheres tatuadas. Essas mudanças, em suma, não se devem pelo fato do movimento ter sido banalizado, longe disso, tampouco que tenha virado moda entre grupos de jovens. Se deve pois as pessoas, e aqui se inclui o grande número de mulheres, estão cada vez mais abertas ao novo, perdendo o medo do julgamento da sociedade, já que esta, mesmo que a passos lentos, percebe que a tatuagem não é fruto da marginalização, mas sim o registro de algo importante. Cada tatuagem carrega o peso de uma história, são como cicatrizes na vida de alguém. O trabalho de um tatuador é algo difícil, pois ele carrega a tarefa de registrar, permanentemente, a vida de alguém, deixar eternizado na pele algo que já estava eternizado na mente e no coração de outro alguém, deixar visível para todos aquilo que só um conseguia ver, e ele deve fazer isso com a máxima destreza, de forma clara, objetiva e singela. E o tatuado, antes visto como marginal, ao confiar seu corpo à alguém, mostra sensibilidade e deixa transparecer parte de sua personalidade e história, se transformando assim em um livro aberto, que pode ser lido, relido e, porque não, julgado a todo e qualquer momento.