Título da redação:

Cultura À Flor Da Pele

Tema de redação: Tatuagem: modismo ou formação de identidade

Redação enviada em 18/04/2016

O homem, desde a Pré-história e nas diversas culturas, sempre marcou o corpo com diferentes finalidades. A tatuagem não é, portanto, um fenômeno novo. Mas, infelizmente, em plena contemporaneidade ainda persistem conotações preconceituosas em relação a essa arte corporal. Nesse contexto, muitas pessoas que possuem representadas as singularidades e particularidades individuais ou coletivas estampadas à flor da pele, geralmente são marginalizas e enfrentam dificuldades de inserção no mercado de trabalho. A tatuagem foi muito usada pelo homem paleolítico e pelo neolítico, pelos egípcios, romanos, marinheiros ingleses, pelos povos indígenas e outros, com várias intenções, motivos e desenhos diferentes; seja para representar uma nova etapa da vida ou para representar uma característica do grupo social, ou com fins medicinais ou para a guerra. Ou seja, as tatuagens mesmo alcançando apenas a segunda camada da pele (derme) possuem raízes profundas na história da humanidade e continua prevalecendo nos dias atuais; enriquecendo a diversidade cultural através da expressão da subjetividade do ser e, paradoxalmente, de todos que ao mesmo tempo, já que o homem re-cria suas manifestações fazendo da cultura uma das marcas mais tipicamente humanas. Entretanto, o preconceito em relação as tatuagens nos dias atuais é resultado do senso comum que é fortemente delimitado pelos pensamentos dogmáticos (geralmente baseados na religião), irrefletidos e generalizados. Em tempos modernos, a tatuagem se disseminou primeiro entre marinheiros, para décadas depois se tornar comum entre presidiários. Essa transição foi o bastante para o senso comum associar esse fato de forma seletiva para generalizar que todas as pessoas tatuadas são perigosas ou de má índole. Esse preconceito, infelizmente, não só é praticado por alguns indivíduos, mas também está presente na estrutura de empresas e até mesmo de órgãos governamentais, como exemplo disso: em 2015 alguns candidatos que passaram nas provas dos Bombeiros e da Polícia Militar de São Paulo não puderam assumir os cargos porque eles possuíam tatuagens. Portanto, para que a conotação preconceituosa em relação as tatuagens seja completamente destruída, é preciso conscientizar as pessoas através da educação; focando principalmente na filosofia e na sociologia que desenvolvem simultaneamente o pensamento crítico, baseado na reflexão, nos questionamentos e na pesquisa. Além disso, os meios midiáticos devem ajudar na mudança de valores disseminando informações que estimulam a tolerância e o respeito entre os cidadães, que podem ser alcançados através do diálogo que facilitará a maior compreensão do outro e o respeito pela diversidade. Ademais, o Governo precisa criar leis em prol da liberdade de expressão corporal para punir as empresas e os órgãos por não aceitar pessoas tatuadas e com diferentes expressões corporais. Assim a sociedade poderá ficar livre dos paradigmas e dos preconceitos, e as pessoas poderão ser e manifestar o que bem desejarem, colaborando com a multiculturalidade da sociedade.