Título da redação:

A pele que nos distingue

Tema de redação: Tatuagem: modismo ou formação de identidade

Redação enviada em 04/05/2016

Na matemática convenciou-se usar símbolos para representar equações ou ideias. Por exemplo, quando queremos indicar a raíz quadrada de um número, o colocamos dentro do que outrora fora um grande “R”. Já no nosso dia a dia, exprimimos nossa forma de ser por meio de nossas crenças, vestuário e tatuagens. Nesse sentido, percebe-se que, cada vez mais, os brasileiros estão aderindo ao movimento expressionista sem, contudo, transformar a visão conservadora da sociedade. O grande problema da inovação de alguns indivíduos frente a ideologia conservadora mostra-se na desintegração da estrutura familiar, pois muitos pais veem o uso de tatuagens como um ato de rebeldia e não como uma forma de liberdade. O pior preconceito que alguém poderia sofrer é o oriundo das pessoas que mais admiramos. Afinal, Augusto Cury, psiquiatra e escritor brasileiro está correto quando afirma que “a crítica fere uma pessoa, mas o preconceito anula-a”. Percebe-se, porém, que o conservadorismo esqueceu que as tatuagens surgiram há 3500 anos, como forma de marcar os eventos importantes da vida do indivíduo e permanece assim até hoje, quiçá trazendo maior aprofundamento psicológico. Outro trágico esquecimento dos preceitos clássicos no mundo moderno, dinâmico e globalizado é o princípio ou lei básica do nosso contrato social que diz que o importante não é a pele, mas o ser que a habita. Somando e diminuído os termos percebemos que a diferença entre os conjuntos unitários, representados por cada brasileiro, e o espaço amostral reside no respeito. Esta palavra tão singela só será capaz de equivaler a igualdade acima se as escolas brasileiras aprofundarem os estudos sociais, pois é compreendendo nossos compatriotas e abrindo nossas mentes para novas mudanças que a tatuagem poderá ser vista como de fato é: uma forma de expressão dos sujeitos. Nesse sentido, cabe aos cidadãos debater o tema com as famílias e manter o diálogo aberto para que a tatuagem não vire uma forma de revolta contra o autoritarismo. Afinal, cada ser humano é um mundo caótico, belo, exótico, próprio.