Pigmentação feita a base de metais e introduzida na pele com agulhas ou bambu, a tatuagem é uma arte milenar, usada desde os primórdios da humanidade. Alguns estudiosos relatam que a prática é tão antiga quanto a nossa própria existência, sabe-se que no Egito antigo, mulheres tinham o costume de desenhar traços e pontos na região abdominal, indicio de que a tatuagem teria surgido na busca de tentar preservar a pintura do corpo ou relacionado à cultos de fertilidade e adoração a divindades. Fato é que na sociedade contemporânea é comum nos depararmos cada vez mais com pessoas que possuam não apenas uma tatuagem, mas o corpo coberto por inteiro. Esta prática acaba por levantar um questionamento: “Seria a tatuagem modismo ou formação de identidade? ”. A resposta para esta pergunta não é tão simples quanto parece, irá variar entre indivíduo e religião, a artista plástica Célia Maria Antonacci Ramos, afirma que ao se tatuar o indivíduo usa como um dos principais objetivos registrar sua própria história, carregando-a na pele em seus deslocamentos, poderíamos acrescentar que a este registro vem também o desejo presente em muitos de mostrar a todos as vitórias alcançadas, uma espécie de “troféu” do conquistado, tal fato pode ser confirmado através das tatuagens em seu início serem mais frequentes em homens marinheiros e mais tarde em presidiários. A prática vem se tornando cada vez mais difundida entre todos os continentes, por pessoas de todas as faixas etárias e sexo, segundo pesquisas realizadas com brasileiros, cerca de 51% da população possui tatuagem, dentre eles, grande número afirma que esta é uma das formas mais eficazes de homenagear alguém amado, outros afirmam que buscam se libertar através desses desenhos e há aquelas que a utilizam como forma de adorar a alguma divindade ou pagamento de promessa. Diante de tantos motivos para realizar uma tatuagem, não podemos afirmar que a mesma seja realizada apenas como modismo, existem aqueles que realmente se identificam e encontram nesses desenhos uma forma de prazer associada a formação de sua identidade, existem ainda aqueles que se sentem mais próximos a entes queridos que se foram, marcando algo em sua pele. Podemos afirmar então que em diferentes pontos do planeta sempre existiu gente tatuada e continuará a existir, o que não pode persistir são as opressões e preconceitos sofridos por pessoas que adotam esse estilo de vida. Não é o comportamento de pessoas tatuadas que deve mudar, mas sim a nossa mente se alargar.