O sociólogo Zygmunt Bauman, em seu conceito de modernidade líquida, afirmou que as instituições, antes sólidas, estão se liquefazendo. Nesse contexto, a sociedade anteriormente marcada pela propagação do cigarro como um sinônimo de poder, descobriu seus malefícios para a saúde. Apesar disso, o uso dessa droga está cada vez mais presente na realidade do Brasil e do mundo, revelando ser um problema que deve ser analisado e contido. É preciso considerar, antes de tudo, o atual cenário punitivo e suas consequências. Sem dúvida, a falta de leis e a ociosidade da Justiça em fiscalizar a aplicabilidade destas denotam ser um empecilho para conter o avanço do tabagismo. Consequentemente, embora haja uma legislação que proíbe fumar em locais públicos fechados em países como o Brasil e a Grã-Bretanha, não há dados de que essa medida é amplamente aplicada. Aliado a esse fator, não existe uma emenda constitucional que impeça os usuários de utilizarem o cigarro em locais movimentados abertos, como praças, parques e estádios, onde o número de fumantes passivos é imensurável, os quais sofrem com os danos causados pela droga. Somando-se a isso, é imprescindível pontuar os perigos do vício. De certo, a nicotina presente no cigarro pode levar à dependência química de quem o utiliza. Sob esse panorama, os usuários elevam seu consumo gradativamente e gastam de forma exacerbada para manter o uso. Assim, essa droga que matará cerca de um milhão de pessoas no século XXI, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), também pode gerar câncer de pulmão e doenças respiratórias e cardiovasculares. Fica evidente, portanto, que medidas são necessárias para resolver o impasse. Logo, é preciso que governo de cada país proponha e aprove novas leis e também aumente ainda mais os impostos sobre o cigarro, para que se reduza a compra, destinando o dinheiro arrecadado ao tratamento dos fumantes na busca pelo fim da dependência química. Acrescenta-se a isso, o papel fundamental do Ministério da Saúde, em parceria com o Ministério da Educação e com a mídia televisiva: esta incentivando a denúncia aos órgãos competentes acerca dos infratores das leis, por meio de programas educativos, documentário e ficções engajados - como novelas, enquanto aquele insere, na grade escolar, o ensino dos danos à saúde causados pelo uso do tabaco, a partir de seminários ministrados por profissionais da área.