Título da redação:

Males que nunca vieram para o bem

Tema de redação: Tabagismo no século XXI

Redação enviada em 14/10/2016

A falsa sensação de bem-estar promovida pelo cigarro mascara, momentaneamente, as toxinas de sua composição e os seus efeitos ao organismo. Essa característica atraiu incontáveis adeptos ao tabaco, instituindo um novo estilo de vida e de comportamento. No entanto, a manifestação de diversas doenças associadas ao fumo como o câncer, derrames cerebrais, infarto do miocárdio e enfisema pulmonar, transformaram o tabagismo num dos maiores problemas de saúde pública do mundo. A princípio, é valido ressaltar que o tabaco é utilizado há milhares de anos pelas tribos indígenas americanas, em várias formas e com propósitos culturais distintos. Ao longo da história, o tabaco destacou-se, economicamente, no tráfico negreiro, uma vez que era, juntamente com o açúcar e o rum, moeda de troca por escravos na África. Desde então, uma indústria do fumo se moldou tendo como aliado as mídias e a publicidade. O cinema e os programas televisivos associaram o uso do cigarro ao glamour feminino e a virilidade masculina, promovendo um status social aos fumantes. Nesse contexto, as fabricantes de cigarros focalizaram um público alvo, os jovens. Isso se deve ao fato de, segundo estudos da British American Association (BAT), quanto mais cedo adquire-se o hábito de fumar, maior é a chance de se tornar dependente por 30 anos ou mais. Assim, quando já estão seduzidos pelos falsos prazeres e figurações sociais, os fumantes encontram dificuldade de deixar vício, dado que a nicotina presente nos cigarros causa mais dependência que a cocaína, segundo médicos do Hospital do Câncer de São Paulo. Por consequência, a dificuldade de se livrar do vício e a fácil inserção de novos usuários dependentes, posicionou os cigarros como o principal causador de mortes do mundo, ultrapassando aids, suicídio, álcool e acidentes de trânsito. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, 10 mil pessoas morrem diariamente por causa do tabagismo. Além disso, outro estudo da instituição indica que cerca de 50 mil pessoas não fumantes morrem por ano de doenças oriundas da inalação da fumaça dos tabagistas. Fica evidente, portanto, que os cigarros são prejudiciais ao organismo biológico e social. Desse modo, cabe ao Executivo manter a alta taxação, a manutenção das imagens de efeito nas embalagens e disponibilizar pelo sistema único de saúde, o tratamento com uma equipe multiprofissional. Já ao Legislativo, cabe restringir ainda mais os lugares destinados aos fumantes, com intuito de reduzir o número de fumantes passivos. Ademais, cabe usar a mídia, que tanto compactuou com o tabagismo, e as ONGs para estimularem discussões, entre os jovens, dos males do cigarro para a saúde individual e coletiva da sociedade.