De acordo com a óptica do ultrarromantismo, o mal do século caracterizou-se em um indivíduo em constante conflito com a sociedade. Seguindo este pensamento, pode-se transportar tal realidade para o século XXI, na qual o uso exacerbado do cigarro e afins, reflete tanto no usuário ativo, quanto no passivo, ocasionando uma relação conflituosa entre as pessoas. Com isso, o tabagismo deve ser tratado no âmbito da saúde pública e discutido com a população. É válido ressaltar, primeiramente, que na década de 1980, fumar era considerado chique, ou seja, bem visto pela sociedade. Contudo, com o avanço da medicina e a descoberta dos males do cigarro, muitas pessoas se mobilizaram contra o ato do fumo. Porém, por ser considerada uma droga lícita e de fácil acesso, tornou-se um vício permanente. Além disso, campanhas publicitárias enaltecendo o hábito de fumar recaíam sobre um público jovem que experimentava o cigarro, sendo este, porta de entrada para outras drogas. Com o ônus para o Estado dos malefícios ocasionados pelo fumo, tais como o tratamento de cânceres superlotando o sistema de saúde do país, criaram-se leis para minimizar o consumo. A grande questão é a efetividade das mesmas no que tange à fiscalização e ao desestímulo ao consumo, sobretudo para o público infanto-juvenil. É indiscutível, portanto, que o tabagismo é uma questão de saúde pública e precisa ser combatido. Os profissionais de saúde da atenção primária devem realizar palestras e campanhas nas comunidades a fim de esclarecer a população acerca dos malefícios ocasionados pelo cigarro, e conscientizar, sobretudo, as crianças, para que o hábito não se perpetue e elas possam ser multiplicadoras da ideia. Dessa forma, o mal do século se converteria em bem do século em um ato de amor ao próximo.