Título da redação:

LOBBY TABAGISTA

Tema de redação: Tabagismo no século XXI

Redação enviada em 11/10/2016

Por muito tempo, durante o auge da televisão e da indústria cinematográfica, o ato de fumar foi associado à virilidade, independência e poder. Por muitas bandas de rock dos anos de 1980, à rebeldia. Hoje, contudo, é associado ao câncer de pulmão, que, segundo estimativas, deve levar a óbito cerca de 10 milhões de pessoas até 2030. No Brasil, a partir da promulgação da Lei Antifumo 12.576/2011, o governo espera combater esse problema que é causado, principalmente, pelo fácil acesso dos jovens ao produto e pela forte arrecadação tributária representada pelo consumo. Ao contrário do que, provavelmente, muito se pensa, o ato de fumar não começa na maioridade. Muitos jovens se iniciam no hábito aos 15 ou 16 anos, o que evidencia a possibilidade de muitos estabelecimentos, embora exista prerrogativa constitucional que autoriza a venda somente a maiores de 18 anos, estarem às margens da legislação, efetuando o comércio a menores. Além disso, as chances de fumar por mais de 30 anos, por exemplo, estão diretamente relacionadas ao início precoce. Segundo dados da BAT, "fumar é um hábito adolescente", o que revela a significância desse público para a indústria tabagista. De semelhante modo, a defasada ação governamental em prol do combate, mesmo com pesquisas oriundas dos anos de 1960 já ligando o tabagismo ao câncer de pulmão, se dá pela alta arrecadação tributária decorrente do cigarro: são 6 bilhões de reais anuais, dos quais 2 bilhões retornam ao fumante como tratamento de saúde. Isso evidencia que, além de ser o produto industrializado com maior taxação do país (cerca de 70% do preço final), é o que mais rende aos cofres públicos. Como se isso já não fosse problema suficiente, os contrabandistas aproveitam esse fenômeno para vender cigarros mais baratos, porém, de procedência incerta. Como visto, um mesmo produto que, outrora, fora sinônimo de beleza e liberdade, hoje, remete a doenças e à morte. Para reverter a estimativa de perda de aproximadamente 5% da população atual brasileira, é preciso intensificar medidas de fiscalização governamentais para que o acesso dos jovens a esse produto ocorra, se nunca, o mais tardar possível. Também, campanhas de conscientização e amadurecimento do pensamento da sociedade são benéficas para formar a opinião das gerações vindouras acerca dos riscos e danos da exposição e do consumo dessa droga à saúde.