Desde o iluminismo, entende-se que uma sociedade só evolui quando um se mobiliza com o problema do outro. No entanto, quando se observa o sistema prisional, no Brasil, atualmente, verifica-se que esse ideal iluminista é constatado na teoria e não desejavelmente na prática e a problemática persiste profundamente ligada à realidade do país. Nesse sentido, convém analisarmos as principais consequências de tal postura negligente para a sociedade. É indubitável que a questão constitucional e a sua aplicação estejam entre as causas do problema. Segundo o filósofo grego Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneira semelhante, é possível perceber que, no Brasil, nota-se a superlotação como uma das causas da precariedade do sistema, a mesma rompe essa harmonia, haja vista, tais fatores desrespeitam os direitos humanos dos presidiários e explica o porquê da falta de higiene, de comida e dos surtos de doenças entre eles. Outrossim, destaca-se a revolta entre os presos como impulsionador do problema. De acordo com Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e de pensar, dotada de exterioridade, generalidade e coercitividade. Seguindo essa linha de pensamento, observa-se que após as rebeliões das facções que ocorreram na maioria dos presídios do país, o Governo Federal mostrou interesse em aliviar as condições dos presidiários, abrindo assim, uma discussão nacional sobre uma possível reorganização do sistema e um investimento para construir novas celas. Essas medidas não vão resolver os problemas, porém, vão amenizar os conflitos e reorganizar o sistema que estava abandonado antes mesmo das brigas entre as facções. É evidente, portanto, que ainda há entreves para garantir a solidificação de políticas que visem à construção de um mundo melhor. Dessa forma, o investimento dado, será uma esperança de resolução da superlotação do sistema presidiário, melhorando assim os serviços que devem ser oferecidos, como o acesso a saúde e educação, para que a ressocialização desses presos sejam efetivados. Por fim, seria necessária uma fiscalização melhor para evitar crimes, assim, andaremos ao combate da precariedade do sistema prisional brasileiro, a fim de que o tecido social se desprenda de certos tabus para que não viva a realidade das sombras, assim na alegoria da caverna de Platão.