Amontoados de presos em celas fechadas, vivendo sob condições precárias de vida, os presos brasileiros formam a quarta maior população carcerária do mundo. Não é segredo que o sistema prisional brasileiro é uma violação aos direitos humanos. As prisões abrigam pessoas além de sua capacidade. A também chamada de escola do crime possui uma taxa de reincidência que é de fato um absurdo. Estima-se que 70% dos presos voltam a ser encarcerados, isso acontece porque o sistema prisional não garante a reabilitação destes criminosos. O brasileiro acredita numa justiça que penaliza por vingança e não por correção. Para muitos é mais importante castigar do que resolver, como se houvesse um código Hamurabi enrustido na sociedade, onde o que predomina é uma filosofia de retaliação bastante primitiva, como a lei do Talião: “olho por olho, dente por dente”. “Olho por olho, dente por dente, e o mundo acabará cego” dizia Gandhi. Os países onde o sistema penitenciário é mais eficaz, são justamente os países que possuem uma política de reeducação nas prisões. Exemplos destes são a Noruega, a Suécia, Dinamarca e Holanda, lugares onde presos saem das prisões já com habilidades para encontrar lugar no mercado de trabalho e se estabilizar numa profissão. Enquanto isso, o preso brasileiro vive dezenas de anos em um local de extrema violência, com índice de mortalidade seis vezes maior do que nas ruas, sob condições de vida mais que precárias. Acreditar que estes presos vão sair da cadeia pessoas melhores, e que não cometerão mais crimes é insanidade. Para solucionar o sistema penal deve-se aplicar políticas para que tais presos consigam se reinserir na sociedade, dando-lhes alternativas para o mundo do crime, não retirando-lhes ainda mais.