Ao se pensar a respeito do Sistema Carcerário Brasileiro, é possível afirmar que os presídios estão superlotados e possuem, hoje, cerca de dois encarcerados para cada vaga. Isso aponta para a necessidade de maior empenho e melhores ideias nas questões referentes à ressocialização dos presos. O primeiro fator que deve ser analisado em relação à situação em questão é que, para as celas estarem com presidiários acima do limite para o qual foram projetadas, existe um motivo: muitos estão entrando e poucos estão saindo. Pode-se verificar um exemplo disso em uma pesquisa realizada recentemente cujo objetivo era comparar a população carcerária nacional com as internacionais. O Brasil ficou em 4º lugar, registrando mais de meio milhão de encarcerados. O segundo fator importante para a reflexão é que faltam investimentos em projetos relacionados à reintegração de detentos à sociedade. Uma ideia simples, mas que poderia diminuir drasticamente a quantidade de presos no país. Além disso, ainda se pode pensar em um sistema de jornada de trabalho para os presidiários, na área da agroindústria, por exemplo, no qual seriam realizados todos os tipos de trabalhos manuais e, principalmente, assegurados aos presos registro em carteira e um salário compatível com a atividade exercida, para que este possa custear sua estadia no presídio e, também, enviar parte da renda adquirida à sua família. Como consequência, ter-se-ia grande parte dos detentos com uma renda, diminuindo, então, os gastos públicos e gerando uma oportunidade de emprego para quando estiverem livres novamente, pois, graças ao trabalho exercido, terão adquirido vasta experiência não só na área atuada, mas também como cidadãos. Assim, a necessidade apontada inicialmente se mostra ainda mais premente, em virtude do crescimento acelerado da população carcerária, uma vez que é muito mais eficiente restaurar um indivíduo para que possa viver dignamente em sociedade do que ampliar a quantidade de presídios sem pensar em uma forma de ressocialização.