Em "Orange Is The New Black", série original do Netflix, que gira em torno do dia-a-dia do cárcere de milhares de mulheres em uma penitenciária, nos leva a uma reflexão sobre a condição de presídios reais, inclusive no Brasil. A falta de controle nas ações dentro dos presídios aliada ao preconceito da população civil com relação a população encarcerada é passível de discussão. Não é necessário fazer muitas pesquisas para saber da realidade das pessoas privadas de liberdade. Banhos frios, comida estragada, celas lotadas – de pessoas, roedores e insetos – fazem com que as pessoas percam a humanidade, pois não são tratados como se tivessem alguma, o que incita violência. O que deveria ser um local de aprendizado e mudança de conduta acaba sendo cenário de intensificação da má postura e conseqüente reinserção no mundo do crime após soltura. Na série do Netflix, o mesmo ocorre, evidenciando que talvez a vida esteja agora imitando a arte. Não obstante o descaso dentro das celas, o mundo real não se distingue. Nossa sociedade tem a “cultura da punição”, e pouco se fala sobre a possibilidade de mudança. "Bandido bom é bandido morto”, e não bandido reeducado e pronto para ser recolocado em sociedade. Não existe “ex bandido”, e também não há diferença em quem rouba pão para comer entre quem rouba um banco – são julgados pelos olhos da lei e da população sempre da mesma forma, o que aos poucos contribui para o processo de desumanização e, mais uma vez, o retorno a criminalidade. Evidencia-se, portanto, que há necessidade de intervenção por parte do Ministério da Justiça, para uma melhora nas condições dos presídios, como limpeza periódicas e ampliação do local, e treinamento mais humanizado para os funcionários das penitenciarias, de forma a melhorar o convívio em cárcere. Também cabe ao Ministério do Trabalho investir na reinserção ao mercado de trabalho desses indivíduos após soltura, como por exemplo, oferecer cotas para ex-presidiários ou atuar quando ainda estiverem em cárcere, através de trabalhos voluntários dentro do próprio presídio, a fim de possibilitar que os mesmo adquiram experiências em atividades que possam ser exercidas quando em liberdade.