Título da redação:

Acertar e soltar

Tema de redação: Soluções para a precariedade do sistema carcerário brasileiro

Redação enviada em 09/07/2018

No raciocínio sociólogico idealizado na célebre obra “O Capital”, o pensador prussiano Karl Marx lança alerta, ao afirmar que é preciso modificar o mundo. Um olhar em direção à realidade confirma que viver em sociedade significa estabelecer propósitos que sejam coletivos, em outras palavras, não se pode ignorar o sucedido de que o sistema prisional brasileiro se encontra defazado, apresentando um descompasso se analisado junto as taxas de prisões e reincidências criminais no brasileiras. Nessa lógica, cabe analisar a evolução da população carcerária no Brasil, aliado ao modelo de encarceramento brasileiro, e verificar como essa realidade impacta no corpo social. É fato que essa ideia requer, à priori, um estudo acerca dos fatores motivacionais desse processo, bem como seus efeitos sociais. Nessa perspectiva, confirma-se a concepção de Marx, uma vez que há um detrimento do princípio da isonomia, previsto na Constituição, no qual todos devem ser tratados igualmente, assegurou a preservação da saúde física e mental, e aperfeiçoamentos morais, intelectuais e espirituais. Entretanto, torna-se visível a situação vigente no cenário brasileiro, nota-se uma negligência, tanto governamental quanto social, a respeito da precária situação dos presidiários brasileiros. Desse modo, compreende-se que o ambiente prisional se tornou estigmatizado no território brasileiro. Outro ponto indubitável para consolidação desse tipo de pensamento é o fato que a taxa de reincidência criminal, no Brasil, é muito elevada, já que os presídios não apresentam recursos para corrigir e ressocializar os detentos, visto as prisões com superlotação, falta de atividades e condições estruturais precárias. Nesse contexto, é possível refletir à luz do olhar aguçado do sociólogo Zygmunt Bauman. Conforme o cientista social, os atores sociais pós-modernidade são confrontados pela perda da sensibilidade, cujo efeito nefasto resulta na cegueira moral. Isso significa que, muitas vezes, as ações humanas têm caráter irracional, cometendo atos ilegais, conduzindo ao encarceramento em massa. O posicionamento assumido nessa discussão demanda, portanto, duas ações pontuais. A princípio, é necessário que o Governo Federal estabeleça como meta reformular as prisões brasileiras, adicionando meios de ressocialização aos presidiários, como estudo qualitativo e atividades técnicas, com o fim de que esses consigam se socializar ao serem soltos, diminuindo a reincidência criminal. Além disso, é imprescindível que o Ministério de Educação foque em implantar uma educação de qualidade nas escolas das periferias, onde os jovens são mais vulneráveis, disponibilizando bons professores que consigam aliar o estudo ao futuro dos alunos, com o propósito de frear o encarceramento populacional. Com essas intervenções l, será possível, como advoga Marx, reverter essa brutal realidade, a tornar-se mais humanizada.