Os índices de crimes cometidos aumentam diariamente, fato que reflete a deficitária ação das estruturas que devem resguardar os indivíduos na vertente social, majoritariamente, a escola e a família. Além disso, as condições desumanas nas celas fomentam os conflitos entre os detentos. Essas circunstâncias desfavorecem a ordem e o progresso representados na bandeira brasileira. O modelo panóptico de arquitetura foi idealizado tendo como base o sistema penitenciário, conferindo aos presidiários a sensação de constantes observações. Com efeito, os modelos carcerários brasileiros têm como objetivo a punição e o combate aos crimes, sendo considerados a melhor opção no que concerne à preservação da vida dos detidos, em detrimento da pena de morte. Em contrapartida, os indicadores retratam o déficit na ressocialização, haja vista o preconceito social, assim como a escassez de oportunidades, por conseguinte o indivíduo retorna ao crime. O Brasil, enquanto País Democrático de Direito, possui como um de seus princípios fundamentais a dignidade da pessoa humana. No entanto, os registros de superlotações, a insuficiência de produtos básicos de higiene e a falta de auxílio médico nos presídios confirmam o descaso governamental para com a lei. Somado a isso, as unidades prisionais são compreendidas como "escolas do crime", nas quais existem facções que frequentemente estão em conflito. Pode-se inferir, portanto, que o sistema carcerário é um modelo nevrálgico, contudo são necessárias modificações. Nesse ínterim, ao governo, por meio do Ministério de Educação e Cultura, em conjunto com a família, cabe a responsabilidade aos estímulos para a conclusão do ensino médio, assim como no fornecimento de cursos profissionalizantes e, também, na introdução de projetos de arte e música, a fim de desenvolver o âmbito psicomotor do indivíduo e prepará-lo para o mercado de trabalho. Assim, pois, alcançar-se-á a concepção defendida por Karl Marx, em que a educação deve servir para transformar a sociedade.