Durante o período que estava preso, Graciliano Ramos descreveu em "Memórias do Cárcere" a sua experiência desagradável enquanto detido durante o Estado Novo. Analogamente, a situação do sistema carcerário brasileiro atual pouco se difere do narrado pelo autor modernista, de tal sorte que ainda é refletido na contemporaneidade. Precipuamente a superlotação nos presídios junto à falta de água, higiene e alimentação de qualidade são os fatores que contribuem profusamente para as violentas rebeliões, efeito também de um escasso trabalho de ressocialização e acompanhamento psicológico, fundamentado na frase determinista de Karl Marx: "O homem é fruto de seu meio.". Ademais, conforme o livro "presos que menstruam", nota-se o descaso nos presídios femininos, uma vez que a falta de higiene íntima oferecida às detentas assim como a carência de um acompanhamento ginecológico tornou-se comum no dia-a-dia das presas. Desse modo, é cabível ao Ministério Público ou até mesmo com a iniciativa privada, uma reformulação no sistema prisional a começar pela construção de mais presídios, bem como celas maiores e mais arejadas para a realocação de detentos, com a finalidade de solucionar a objeção da superlotação, assim como o oferecimento de um bom amparo médico e psicológico, incentivo aos estudos e a reabilitação através de atividades socioeducativas como música e esportes por parte de órgãos públicos e ONGs especializadas, que também garantirão uma melhor assistência às detentas. Em síntese, o bem-estar social dos detidos e sua ressocialização é consequência de relações sociais saudáveis entre eles e para com eles, afinal "os Estados não são agentes morais, as pessoas são." como sugere Noam Chomsky.