Nem toda história tem um final feliz. No livro Carandiru,do médico Drauzio Varela, é mostrada a situação vergonhosa no tratamento dos detentos no presídio de Carandiru.Essa história não constitui um caso fictício da literatura,mas uma realidade do sistema prisional brasileiro onde os acusados sobrevivem em condições desumanas.Nesse cenário, as rebeliões e mortes narradas por jornais e revistas mostram que a história do sistema prisional brasileiro tem um final infeliz para aqueles que perdem suas vidas, atrás das grades. A superlotação é um dos problemas enfrentados pelo sistema prisional brasileiro.A situação mais agravante é no estado do Amazonas com 230% acima da capacidade,ou seja, há 3 presos para 1 vaga. Segundo relatório da ONU, no ano de 2015, o complexo penitenciário Anísio Jobim,em Manaus abrigava 1203 presos quando suportava apenas 450.Em consequência disso,os detentos vivem em disputa por recursos humanos-cama, banheiro,comida, produtos de higiene íntima-sendo submetidos a uma extrema humilhação, como os presos que foram alterados em uma lixeira por falta de vagas nos presídios gaúchos.Diante desses casos é evidente o desrespeito humano e o desculprimento da lei quem assegura os direitos dos encarcerados. Outro problema preocupante é o precário sistema de saúde nas prisões.No livro"Presos que mestruam",a autora Nana Queiroz relata a inexistência de cuidados básicos para a saúde feminina-papel higiênico, absorventes internos,sabonetes-são itens raros e disputados nas celas, além da falta de acompanhamento ginecológico e obstetríco, exames de pré-natal, papanicolau, mamografia, também poderiam salvar as vidas de muitas presas. Dessa forma, sem acesso a saúde muitas delas acabam chegando ao óbito ou tendo que serem hospitalizadas gerando gastos desnecessários ao SUS. Afinal a saúde é direito de todos e dever do estado como ordena o artigo 2 da Lei 8080. Portanto, para que os problemas no sistema carcerário brasileiro sejam resolvidos é necessário que o governo federal construa novos presídios e retornem os que estão em estado precário. Também é fundamental que o ministério da saúde crie projetos dentro dos presídios femininos com a doação e fornecimento de objetos de higiene, além do acompanhamento médico necessário para prevenção de doenças.Feito isso, os presos poderão sair do presídio e construirão suas novas histórias.