A religião é uma parte importante da civilização humana desde os seus primórdios. Uma das principais formas de interação social, ela está, ainda hoje, presente na maioria das aglomerações sociais. O estado brasileiro, em sua constituição, prevê a liberdade de crença como um direito fundamental. Contudo, a grande diversidade de dogmas pode criar espaço para a intolerância religiosa. Combater esse mal é um desafio que deve ser encarado por toda a sociedade. A intolerância religiosa é crime, previsto no código penal. Mesmo assim, essa é uma prática comum no país. Segundo dados da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, de 2011 a julho de 2014, houve, em média, uma denúncia a cada três dias relacionada a essa questão. Religiões afro-brasileiras e evangélicas são as maiores vítimas com 133 casos nesse período. Isso demonstra que a falta de conhecimento e o preconceito com diferentes formas de culto são fatores que contribuem para a perpetuação do problema. Contudo, é direito de qualquer pessoa não concordar com dogmas religiosos com os quais não compactua. Essa prática, inclusive, é a principal causa da grande diversidade de seitas existentes no país. Apesar disso, a discordância não pode ser confundida com a intolerância. Essa sim é a grande causa dos conflitos religiosos e precursora da violência ligada a essa questão. Portanto, conforme evidenciado, a intolerância religiosa existe no Brasil e deve ser combatida. Os caminhos para isso devem partir de todos os níveis da sociedade. O Estado, através de sua rede de educação, deve implantar campanhas educativas nas escolas a respeito do tema, pregando o respeito aos direitos de crença, independente da religião. Os líderes religiosos devem, através do diálogo, negociar com seus pares a criação de um dia nacional de encontro ecumênico, com o intuito de, através do exemplo, pregar a tolerância entre todas as religiões. Por fim, cada cidadão deve ser consciente de que, apesar das diferenças, todas as religiões possuem algo em comum: a busca por fazer dos seus seguidores seres humanos melhores, então, a partir dessa premissa, buscar a convivência pacífica entre todas as formas de crença.