Cada vez mais enraizada na sociedade brasileira, a violência tem, nos últimos anos, mostrado índices cada vez mais altos. Os motivos desse aumento são diversos e estão intimamente ligados ao sucateamento da educação pública e às políticas de repressão ineficazes. Como solução para os episódios de violência, uma parcela expressiva da população, incluindo representantes políticos, defende a revogação do desarmamento civil. Embora na teoria essa proposta se mostre eficiente, na prática, ela causa efeitos contrários. Primeiramente, é imprescindível perceber que a violência é um problema que, na maioria das vezes, tem suas raízes provenientes de questões relacionadas com a desigualdade social ocasionada, principalmente, pela educação pública estagnada, desigual e de má qualidade. Sendo assim, nota-se que armar os civis com a finalidade de extirpar os problemas causados pela violência não seria uma solução eficaz, ao passo que os motivos reais para que ela continue aumentando estão ligados a outros problemas sociais. Além disso, ao universalizar o acesso de armas de fogo para os civis, as chances de os indivíduos usarem esses instrumentos em contextos que vão além da defesa pessoal aumentariam, o que provocaria uma continuação, ou até mesmo, um aumento nos altos índices de violência já apresentados pela sociedade brasileira. Desse modo, observa-se que o armamento civil não seria mais do que uma tentativa indevida de amenizar a violência e, buscando meios de pôr fim na mesma, cabe ao Estado exercer seu papel de provedor do bem-estar social, resolvendo o problema desde a raiz com investimentos fortes na educação e em políticas públicas que garantam a segurança dos cidadãos.