De acordo o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade pode ser assemelhada a um corpo biológico, pois as partes que o compõem, interagem entre si. Dessa maneira, para que esse organismo seja equitativo e coeso, é impreterível a harmonia social, essa adquirida por meio dos direitos. Contudo, no Brasil isso não ocorre, visto que o Estado, ao incitar a posse de armas, sanciona a ideia que não é capaz de proteger os cidadãos. Assim, impulsiona o aumento de incidência de violência e desigualdade no país, visto as diferenças sociais existentes. Prova disso, foi o massacre ocorrido na escola Raul Brasil de Suzano (SP) no mês de março de 2019, no qual os jovens que eram conhecidos por idolatrar o uso de armas e incitar o ódio nas redes sociais, mataram estudantes e funcionários. Com isso, percebe-se que a posse de armas fomenta, consideravelmente, a violência urbana, pois o país possui uma educação de péssima qualidade e má fiscalização acerca das pessoas que adquirem essas armas. Portanto, constata-se a veracidade na frase do artista Marcelo Yuka “Paz armada, não é paz”, inserindo-se perfeitamente no contexto atual, dado que as pessoas possuem medo até mesmo em suas residências, e o fato de estarem armadas, não as minimizam. Isso pode ser patenteado, visto o caso do menino de 3 anos que encontrou a arma do marido da sua avó na casa, brincou com ela e acabou disparando um tiro na sua própria cabeça. O Estatuto do Desarmamento de 2003, visa diminuir acidentes como esse, proibindo um maior número de armas em circulação e, consequentemente, dificultando o índice de mortes no país, visto que o Brasil está entre os principais países, no qual as armas são as principais ferramentas para os homicídios. É indubitável perceber que, a permissão da posse de armas contribui para um Estado desigual e ineficiente, inseguro para proteger o seu povo. Portanto, essa ideia deve ser discutida, a fim de encontrar outras formas de lapidar a segurança da população. Desse modo, o Governo, na figura do Ministério da Segurança, intimidado pelos cidadãos e ativistas, deve coibir a posse e o porte de armas, contribuindo para o endurecimento do Estatuto do Desarmamento, esse que deve ser aprimorado e posto em prática por meio de projetos de lei que fortalecem as fiscalizações acerca do armamento ilegal. Ademais, as vigilâncias nas ruas devem ser reforçadas, com policiais em diversos local públicos e circundando as cidades, contribuindo para a maior confiança de tais. Assim, o corpo biológico de Durkheim estará em harmonia.