Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Sociedade e armamento: solução para a violência?

Redação enviada em 08/09/2017

O filósofo alemão Max Weber foi o primeiro a identificar a monopolização da força pelo Estado, indicando-o como único que detém o poder legítimo da coerção. Segundo ele, para viver sob a tutela social, seria obrigação de cada um abdicar do direito de resolver conflitos com brutalidade. Entretanto, em meio ao caos e violência no Brasil, parcela da sociedade enxerga como solução o porte livre de armas para a defesa própria. Nesse viés, coloca-se em discussão a capacidade do Estado brasileiro de garantir um direito assegurado pela Constituição – a segurança. Em primeira análise, o atual sentimento de impotência da população brasileira diante do aumento dos índices de violência a níveis alarmantes – um assassinato a cada nove minutos, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública – trouxe à tona a tentativa de revogar o Estatuto do Desarmamento, considerando possibilitar o porte de armas pela sociedade civil. No entanto, países em que o porte de armas é aceito legalmente não encontram-se livres da criminalidade, como por exemplo, o massacre ocorrido em 2016 nos Estados Unidos em uma boate de público LGBT. À vista de tal preceito, o aumento da criminalidade trouxe uma série de questionamentos acerca da legislação vigente no país, uma vez que alguns argumentam que o acesso à arma é um direito de liberdade individual e segurança pessoal. Tal concepção mostra um retrocesso no que diz respeito à negligência do Estado em cumprir seu papel, além de ferir a legitimidade do direito à segurança estabelecido pela Constituição de 1988. Sendo assim, a mentalidade superficial quanto às raízes da persistência dessa problemática pode fazer com que a demagogia de vingança e a falsa impressão de proteção acarretem em um cenário repleto de tragédias. Fica evidente, portanto, que o armamento civil torna-se uma autodestruição da sociedade, haja vista ser um projeto efêmero e sem garantia. Logo, cabe ao Ministério da Segurança investir em políticas públicas e fortificar ações práticas voltadas à defesa social, tais como apreensão de armas que não estão de acordo com a legislação e reforço na atuação da polícia, seja ela militar ou civil, objetivando reduzir a incidência de crimes. Concomitantemente, a mídia – física, digital, ou televisiva – deve promover medidas de conscientização, com intuito de mostrar ao indivíduo que facilitar o armamento é recuar na busca da paz. Sob tal ótica, mesmo que em passos lentos, poder-se-á alcançar a solução para tamanha violência.