Durante o Brasil Colonial, no século XVII, foi promulgado um código de leis denominado Ordenações Filipinas, restringindo o porte de armas nas sociedades coloniais portuguesas. Partindo desse fato, surge a questão histórica do armamento e seus reflexos na sociedade, visto que muitos veem a ausência da restrição como solução para o fim da criminalidade e forma de apaziguar a comunidade, e outra parcela da população, apoia totalmente tais campanhas. Tendo origem em um mercado de âmbito global, o comércio ilegal de armas no Brasil mostra-se cada vez mais potente, visto que, com o Estatuto do Desarmamento, criado em 2003, civis foram proibidos de portar armas, sendo esse direito permitido apenas para profissionais que as usam. Nesse âmbito, nota-se uma contrariedade, por parte da população, já que, muitas vezes, certos cidadãos só possuem sensação de segurança ao possuírem armas na sua residência, principalmente nas grandes cidades, em virtude da constante criminalidade. Entretanto, após a aprovação da lei, notou-se uma redução no índice de homicídios, segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada), sendo indiretamente responsável por estabilizar esta taxa no Brasil, e desse modo, reduzindo parcialmente a violência. Ademais, é importante destacar que, os estados mais violentos do país, são os que possuem menos armas legalizadas, evidenciando a inaplicabilidade da lei e ineficácia da fiscalização, remetendo à afirmação de São Tomás de Aquino: “Uma flecha não pode por si buscar o alvo, ela precisa de um arqueiro para mirá-la”. Entende-se, portanto, que a forma mais viável de solucionar a questão do armamento é por articulações do poder público. Cabe ao Governo, a criação de projetos que fiscalizem as fronteiras, principal entrada de armas ilegais, ao enviar indivíduos da polícia federal e forças armadas. É necessário o aumento de campanhas à favor do desarmamento, divulgando tal atitude na mídia, e em anúncios nas grandes vias. E, por fim, cabe às forças policiais, a colaboração afim de atenuar a violência e tráfico de armas nos grandes centros, desarticulando quadrilhas através de operações.