Desrespeito. Intolerância. Insegurança. Essa é a realidade vivida por muitos brasileiros diante do aumento da criminalidade no país. Nesse contexto, debate-se a possibilidade da revogação do estatuto do desarmamento como tentativa de proteger a população e solucionar a problemática violência. No entanto, armar a sociedade não é a solução adequada para tal problema, educar sim. É necessário pontuar, de início, que a intolerância – de gênero, racial, religiosa e cultural – no Brasil, aumentou muito nas últimas décadas. Dessa forma, facilitar o armamento de civis pode ampliar os riscos de a violência, que inicia com a não tolerância das diferenças do próximo, acabar em homicídios. Além disso, desentendimentos e incidentes que poderiam ser resolvidos com o diálogo podem terminar de modo trágico. Para uma sociedade que busca o progresso social, isso é um atraso e sinaliza a necessidade de mudanças. É fundamental ressaltar, ainda, que a educação é a base para transformar uma sociedade. Segundo um dos maiores políticos e ativistas sociais dos últimos tempos, Nelson Mandela, a educação é a maior arma que se pode utilizar para mudar o mundo. Assim, ao aliar o ensino, fundamental e médio, de qualidade com a punição mais firme de criminosos e o trabalho de ressociabilizá-los, têm-se a melhor maneira de diminuir a violência, o desrespeito e a insegurança. Ademais, a segurança da população é garantida ao se tratar a causa do problema e não ao remediar os efeitos. Torna-se evidente, portanto, que armar a sociedade seria a tentativa de corrigir um problema criando outro. Faz-se necessário que o governo legislativo impeça a revogação do estatuto do desarmamento. Além disso, é dever das escolas, em parceria com ONGs e com as famílias, abordar com os alunos as causas e feitos da violência, incentivando debates pacíficos, a valorização e o respeito às diferenças. Dessa maneira, o armamento que mudará a sociedade é aquele acreditado por Mandela.