Título da redação:

Otimismo

Tema de redação: Sociedade e armamento: solução para a violência?

Redação enviada em 29/05/2017

Altos índices de homicídios e primeiras posições em rankings de violência mundiais não são notícias novas no Brasil. E a ideia do armamento civil como solução para o problema também não é nova. Contudo, olhar o porte de armas como agente pacificador e tomar de exemplo potências mundiais onde o projeto deu certo é, no mínimo, utópico. Grande parte dos defensores das armas de fogo encaram-nas como instrumentos de legítima defesa, que seriam usados apenas em última instância. No entanto, Thomas Hobbes já defendia que o homem possui um estado natural selvagem, facilmente deturpado frente à excesso de poder e liberdade. E basta um rápido olhar na história, um breve estudo das grandes guerras para perceber que ele estava certo. Dessa forma, entende-se que uma nação de homens armados não seria forte o bastante a ponto de controlar os próprios impulsos instintivos, e sucumbiria à sentimentos raivosos e competições violentas. Outro importante fato que merece ser destacado é que instalar a política de armamento visando diminuir a criminalidade é basicamente como combater violência com violência. E se essa fosse uma medida realmente eficiente, grande parte dos impasses terroristas ao norte da África já estariam neutralizados. É tentador olhar para o armamento civil partindo de exemplos de países desenvolvidos, porém, o Brasil enfrenta ainda problemas típicos do subdesenvolvimento, fator que deve sempre ser levado em consideração durante os debates. Portanto, é fácil perceber que a aplicação do porte de armas na sociedade verde-amarela nada mais é do que um otimismo exagerado. Uma maneira eficaz de combate à criminalidade viria na forma de exigências da população à melhores condições de trabalho para a polícia civil (melhorias no salário, nos equipamentos, nos protocolos de segurança). Outra intervenção importante é o apoio dos governos municipais à ONG's e estímulo à projetos sociais em áreas mais pobre, visto que o crime nasce em meio à miséria e falta de esperança. Assim, a violência diminui sem a necessidade de expor a população à instrumentos que farão mais mal do que bem.