Título da redação:

Os motivos do armamento civil não solucionar a violência

Tema de redação: Sociedade e armamento: solução para a violência?

Redação enviada em 12/06/2018

É inegável a polêmica acerca do armamento civil. De um lado, parlamentares conservadores estimulam a liberação controlada do porte de armas. Do outro, sociólogos e cientistas do estado defendem a manutenção do desarmamento populacional. De acordo com estes, o porte de armas agrava a violência, que por sua vez, tem maneiras mais efetivas de ser solucionada. Uma pesquisa realizada pela revista Guia do Estudante comparou dados e estatísticas de dois países: Japão, com 0.6% de população armada, e Estados Unidos, que conta com 88% de seus civis adultos com porte legal. No primeiro, a média anual de baixas por arma de fogo é seis, contra 33 mil do segundo. Apesar da diferença populacional, é mais que evidente a grande diferença entre as razões de morte por habitante das duas nações. O Japão concentra seus esforços para a solução da violência da qualidade da educação desde o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Em poucos anos de investimento, o índice de homicídios diminuiu consideravelmente. Em um país como o Brasil, líder do ranking mundial de assassinatos, percebe-se que não há como se pensar em liberação, mesmo que controlada, de porte civil. Em contraposto, aqueles que estimulam o armamento afirmam que este serviria para "igualar forças" entre vítima e agressor, por exemplo, em casos de assaltos a mão armada. Além disso, defendem a realização de exames psicotécnicos para que o civil consiga porte legal. Argumentos inconsistentes. Um assaltante, ao reconhecer um portador, não se negará ao ato, mas se armará ainda mais. O teórico do absolutismo Thomas Hobbes, afirma que "o homem é o lobo do próprio homem". Liberar o porte de armas apenas para pessoas psicologicamente estáveis não garante segurança. O ser humano é passível de fúria e nervosismo. Quando por estes está dominado, raramente responde por si. O armamento civil não é uma alternativa, pois não causa impactos suficientes para melhorar a realidade da violência. É necessário agir em cima das causas, e não tentar abafar efeitos. A violência é consequência direta da educação pública precária. É fundamental que o Ministério da Educação reformule o sistema brasileiro de ensino por meio de maiores investimentos na área: melhorando remuneração de educadores, infraestrutura das escolas e qualidade do material disponibilizado. Assim, e educação pública torna-se decente para todos os indivíduos como prevê a Constituição regente. Um país com educação de qualidade garante saúde, infraestrutura e segurança.