Título da redação:

o mito da defesa pessoal

Tema de redação: Sociedade e armamento: solução para a violência?

Redação enviada em 21/10/2017

Até 2003, qualquer civil maior de idade poderia requerer uma arma de fogo. Com o Estatuto do Desarmamento, naquele ano, passou a ser necessário uma série de pré-requisitos e consequentemente, o número de portadores de armas se restringiu. Contudo, tal estatuto não agradou os grupos simpáticos ao comércio de armas, que, até hoje, defendem o porte de armas contra a violência no Brasil. Porém, será que o armamento civil será uma solução real ou mais um problema? Para aqueles que defendem o armamento civil, quando o Estado proibi a arma de fogo, ele tira do indivíduo a chance de defesa, tornando esse indivíduo mais vulnerável à violência, principalmente, as mulheres. Fato que pode ser visto, na pesquisa do Federal Bureau of Investigation (FBI), que mostra que o número de tentativas de estupros consumadas cai de 32% para 3%, quando as mulheres estão armadas. No entanto, o que essas pessoas não levam em conta é que a legalização do comércio de armas aumenta os homicídios cometidos em desentendimentos, principalmente, com pessoas conhecidas. Comprovado pelos dados do FBI, que revelam que os homicídios cometidos em desentendimentos é o dobro do número de homicídios como parte de outros crimes e que há uma forte correlação entre possuir arma e o risco de matar uma pessoa conhecida. Além disso, o aumento da violência não é uma consequência do desarmamento civil, mas da precarização do sistema público de segurança. Fato que pode ser justificado pela desigualdade da violência no Brasil: em regiões com poucos policiais e com um sistema carcerário falido, a violência chegou a ter um aumento de até 232% em 10 anos, como no Rio Grande do Norte. Enquanto, regiões com um sistema de segurança melhor, a violência decresceu 44,3% no mesmo período, como em São Paulo. Infere-se, portanto, que o desarmamento civil seria um problema para o Brasil e que as melhores soluções seriam a construção de novas penitenciárias, a reforma das delegacias e a aquisição de viaturas pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, que precisa aumentar o número de policiais na fronteira, por onde, geralmente, entram as armas. Além disso, o Ministério do Planejamento precisa autorizar mais concursos públicos para a contratação de policiais e agentes penitenciários. As faculdades de tecnologia em sistema de telecomunicação podem criar aplicativos de socorro acionados por voz com GPS integrado, que permitirá a localização da vítima e do aparelho, no caso de roubo.