Título da redação:

O Armamento, a Anomia e a Desigualdade.

Tema de redação: Sociedade e armamento: solução para a violência?

Redação enviada em 03/09/2018

Em “Tiros em Columbine”, do cineasta Michael Moore, mostra-se o massacre na escola Columbine. Dois estudantes dispararam 900 tiros e, com isso, deixaram 14 mortos, vários feridos e um trauma na vida de muitas pessoas que levavam um dia pacífico. Tal incidente corrobora que, não raro, o fácil acesso às armas, como nos Estados Unidos, gera situações de violência que não ocorreriam caso a população civil não estivesse munida dessas. Portanto, o armamento não é uma solução para a violência. Primeiramente, Émile Durkheim, ao descrever o estado de anomia social, afirma que,com uma justiça ineficaz e uma violência muito grande, aumenta-se o sentimento de justiça com “as próprias mãos”. Depreende-se, pois, que a facilidade ao adquirir armas de fogo favorece a ocorrência de situações catastróficas nas quais qualquer discussão cotidiana pode levar a um derramamento de sangue. Segundo o IPEA, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, após o Estatuto do Desarmamento, comprovou-se uma redução de quase 13% nos índices de homicídio no Brasil. Dessarte, comprova-se que reduzir o número de armas entre a população é extremamente importante para evitar a violência. Em segundo lugar, dados do IPEA mostram que a desigualdade social é a principal influenciadora dos índices de violência. O gérmen dessa desigualdade é proveniente de uma relação exploratória na qual os portugueses buscavam apenas a obtenção de lucros com a colônia e não o povoamento. Logo, a ausência de escolas e faculdades contrastava com a política feroz de exploração. Nesse ínterim, a concentração de riquezas aumentou enquanto a falta de investimento na educação permaneceu. Segundo o Censo Escolar, pessoas que estudaram mais possuem maior renda. Assim, infelizmente, tal problema tornou-se um ciclo - obterá melhor educação quem possui maior poder aquisitivo - e só será interrompido com políticas voltadas à educação. Enquanto isso, a violência permanece como um fruto da desigualdade. Em suma, o armamento não é a solução para o fim da violência. Cabe ao Governo do Estado, manter o Estatuto do Desarmamento e, por meio de uma emenda constitucional, aumentar a porcentagem do PIB destinado à educação. Tal dinheiro será investido na capacitação de professores, melhoria das estruturas escolares e a bolsas de auxílio aos estudos desde o primário até o Ensino Médio, estimulando os alunos a buscarem melhores resultados, evitando a evasão escolar. Por conseguinte, o país atingirá o desenvolvimento sem que seja concentrado a um determinado grupo, diminuindo a desigualdade e a violência.