Sociedade e armamento: solução para a violência? A criminalidade e violência são problemas crônicos enfrentados pela população brasileira. E, grande parte destes crimes são praticados com armas de fogo. A sociedade se vê refém diante da ameaça constante à vida e ao direito constitucional de ir e vir, imposto por criminosos armados. O estatuto do desarmamento surgiu como uma alternativa para a diminuição de circulação de armas e, como consequência, diminuir a criminalidade. No entanto, passada mais de uma década de sua implementação, entra em discussão novamente sua necessidade e eficiência no combate ao crime. A número de homicídios no Brasil é de cerca de 60.000 pessoas ao ano, segundo IPEA. Isso coloca o Brasil como um dos países mais violentos do mundo e com índices semelhantes a países em guerra civil. A implementação do estatuto de desarmamento foi capaz de diminuir os índices de homicídios por arma de fogo, no entanto, a criminalidade subiu mais de 10% no período, dados IPEA. A inconsistência dos dados demonstra que a entrega de armas pela população civil não é, sozinha, capaz de conter o crime. E que, apesar da adesão da população civil à campanha, o mesmo não ocorreu com as armas ilegais de criminosos. Os defensores do direito de porte de arma defendem a revogação do atual estatuto do desarmamento pois acreditam que tal medida tirou da população civil o direito de autodefesa e a deixou a mercê de bandidos armados. Índices de violência inferiores em países com legislação pró armas, como Estados Unidos e Suiça, embasam a teoria que a arma da população civil não está diretamente relacionada a criminalidade. No entanto, fica evidente que a falta de controle e exigência de aptidão e testes psicológicos propicia tragédias como as de Columbine, com o assassinato de crianças inocentes nos Estados Unidos por dois jovens alterados psicologicamente. A legislação atual do desarmamento é adequada pois diminui a presença de armas na mão de pessoas despreparadas. No entanto, essa medida sozinha não é suficiente. É necessário a ação policial para fiscalizar o cumprimento da lei. Além disso, é necessário o controle das fronteiras por parte de forças federais como: exército, marinha e aeronáutica. Portanto, é imprescindível a disponibilização de mais recursos e efetivo na fronteira, especialmente na região do Paraguai, onde sabe-se do grande contrabando de armas. Estas medidas em conjunto atuarão para a diminuição do armamento ao crime.