Segundo escreveu o humanista Luiz Gonzaga Belluzzo, “O descumprimento do dever de punir pelo ente público, termina por solapar a solidariedade que cimenta a vida civilizada, lançando a sociedade no desamparo e na violência sem quartel”. Analogamente, no atual panorama, vivenciamos em um âmbito de constante terror e crescente violência que somado ao descaso das autoridades, que negligencia o suporte aos civis, sobretudo os que possuem menos recursos, culmina no desejo de justiça e segurança pessoal, acarretando na crescente obtenção ilegal das armas de fogo. A facilitação de armas para os cidadão, pode aparentar uma medida social imediatista eficaz, tendo em vista à vulnerabilidade do ser humano diante da crescente violência que macula a tranquilidade social. Entretanto, essa ação pode contribuir para o aumento de diversas mazelas sociais, pois no mundo contemporâneo os maiores casos de agressões são provenientes da intolerância, a maior acessibilidade desse produto pode definir a existência de um pandemônio e ratificar a existência de uma “terra sem lei”. É notório a negligência do Governo Federal com os cidadãos, que aponta como solução facilitar uma mercadoria de caráter destrutivo nas mãos de pessoas despreparadas, restaurando o código de Hamurabi, concomitantemente atrasando os salários dos funcionários públicos que atuam na defesa e ordem social. Essa ação, resulta no surgimento de falsos justiceiros, que somado ao uso das armas de modo opressor daqueles que se veem como hipossuficientes, culmina na aparição de um ciclo de imbróglios. Logo, é evidente que o armamento não se configura como solução para violência, mas sim como agravante, tendo em vista que nossa sociedade não tem base educacional e comportamental para possuir um objeto demasiadamente destrutivo. Portanto, é primordial que o Governo Federal garanta salários justos aos funcionários que atuam na defesa do país, também quando necessário realizar novos concursos para contratação de mais servidores como policiais civis e militares. Também é vital, que haja atuação de ONG’s como APAE (Associação de Pais e Alunos Excepcionais), juntamente com as famílias desenvolvam mecanismo de diálogos, tanto com a sociedade por meio de palestras e campanhas, como com as escolas regulares, com a realização de rodas de conversas, objetivando implantar maior tolerância e senso ético, sobretudo para aqueles que já atuam ou desejam atuar na área da defesa social.