Após a queda do muro de Berlim, no final do século XX, a divisão do mundo em dois blocos político-econômicos cedeu lugar à globalização. A abertura das fronteiras econômicas, culturais e físicas possibilitou a disseminação do conhecimento e o intercâmbio de pessoas e de problemas que, algumas vezes, eram particulares de um determinado país. Além disso, alternativas que surgiram para contribuir com a globalização, podem não ser tão benéficas à sociedade. A saúde global encontra-se fortemente ameaçada com este processo. Em primeiro plano, é válido destacar que, com a abertura das fronteiras, o acesso a lugares distintos do lugar de origem de um indivíduo tornou-se mais fácil. O perigo que isso oferece é a entrada de patologias não comuns naquele ambiente. Uma vez que isso acontece o despreparo e desconhecimento das equipes de saúde local pode dificultar muito a descoberta de qual é a doença e o seu tratamento. Até que seja feita a descoberta, muitos indivíduos podem entrar em estado clínico avançado ou mesmo falecer. Ademais, os gastos econômicos do país afetado podem atingir altos valores e gerar uma crise interna. Em segundo plano, é relevante destacar um pensamento acerca da sociedade proferido pelo filósofo alemão Hartmurt Rosa. Ele afirma que “A sensação de pressa é essencial para compreender a modernidade”. Tal fato torna-se perceptível ao analisar a globalização atual. Os indivíduos encontram-se cada dia com mais tarefas para realizar e menos tempo para cuidar de si mesmos. Essa pressa moderna exige, inclusive, alimentações mais rápidas e, com isso, cresce o número de fast food pelas cidades. As consequências de tal fato aparecem cada vez mais cedo e são, geralmente, a subnutrição, a hipertensão, a obesidade e o diabetes. O tratamento para essas doenças sobrecarrega o sistema público de saúde que, muitas vezes, acabam oferecendo um serviço precário. Dessa forma, faz-se necessário que os profissionais da área da saúde passem por treinamentos esporádicos e participem de palestras sobre as doenças recorrentes em diversos países. O Governo Federal, em parceria com empresas e organizações mundiais, deve promover esses treinamentos e palestras gratuitamente. Ademais, o estilo mais saudável de vida deve ser propagado pela mídia, por meio de campanhas publicitárias e debates jornalísticos, e pelas escolas, com palestras para pais e alunos. É necessário desconstruir a sensação de pressa que Hartmurt Rosa declarou para que uma sociedade menos alienada ao tempo e à globalização seja formada.